No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, “Memórias de um tempo português” é uma peça do Intervalo Grupo de Teatro. “Esta é a madrugada que eu esperava/O dia inicial inteiro e limpo/Onde emergimos da noite e do silêncio/E livres habitamos a substância do tempo” é o mote da peça.
A encenação aborda uma época de opressão, com retalhos e histórias de vida para “eternizar na memória para que as portas que abril abriu nunca mais voltem a fechar”, como apontam os encenadores para os quais “50 anos após o 25 de Abril, as portas estão novamente em risco de fechar. Esta peça é, entre muitas outras obras de valor, um alicerce para que nunca esqueçamos o valor da liberdade”.

Com texto de Domingos Lobo e encenação de Pedro Miguel Silva, do elenco fazem parte André Levy, Dina Santos, Fernando Tavares Marques (também responsável pela direção geral), Inês Vieira, Luís Macedo, João José Castro, João Pinho, João Quiaios e Pedro Beirão.
“Memórias de um tempo português” sobe ao palco todas as sextas-feiras e sábados às 21h30, no Auditório Municipal Lourdes Norbert, em Linda-a-Velha, concelho de Oeiras.
Os bilhetes custam 5€ e para reservá-los pode contactar o número 968 431 100 ou o email intervaloteatro@gmail.com. Mas já só tem mais duas hipóteses para ver a peça: 26 e 27 de abril.
Companhia de Teatro de Almada mostra “A sorte que tivemos!” com queda da ditadura
A sorte que tiveram as gerações nascidas após o 25 de Abril de 1974 dá título à nova criação da Companhia de Teatro de Almada (CTA), “A sorte que tivemos!”, a estrear na sexta-feira, na cidade.
António Cabrita (1959), Rui Cardoso Martins (1967), Patrícia Portela e Jacinto Lucas Pires, ambos nascidos em 1974, são os autores dos textos inéditos encomendados pela CTA para o espectáculo sobre o 25 de Abril assinalando o 50.º aniversário da Revolução, que se assinala este ano.
O primeiro pensamento que ocorreu à encenadora Teresa Gafeira, quando soube que ia dirigir a peça, foi mostrar que “antes do 25 de Abril [Portugal] era um estado de tristeza”, com o 25 de Abril passou a “um estado de alegria”, disse à imprensa no final de um ensaio da peça.
Sem ter dado indicações aos autores, cuja dramaturgia foi elaborada pela encenadora e pelo ator Cláudio da Silva, nascido em 1974, Teresa Gafeira admitiu que, para alguém como ela “que viveu o antes, o 25 de Abril, o depois” e continua “viva”, essa é “a melhor maneira de mostrar alguma coisa” sobre o que aquela data trouxe. Até porque o 25 de Abril também se fez “para que cada pessoa possa dizer o que quiser e como quiser”, frisou.
A ação temporal de “A sorte que tivemos!” vai do Estado Novo até à atualidade. Imagens de Salazar, do cardeal Cerejeira, de Marcelo Caetano, do embarque de soldados para a guerra colonial em navios que zarpavam do Cais da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa, sem esquecer os acenos de lenços brancos das mães e mulheres que viam partir filhos e maridos, marcam também o espectáculo nos pequenos filmes exibidos ao longo da ação.
Cenas de procissões, o desembarque de tropas nas então províncias ultramarinas e imagens de confrontos ou dos mortos e feridos da Guerra Colonial mostram-se também em imagens, enquanto os atores vão assumindo papéis que perpassam a ação temporal: do informador da PIDE, ao pai que viu o filho partir para a guerra na Guiné, à jovem revoltada que o pai mandou estudar para um colégio de freiras.
Um piano, uma secretária, um computador, alguns retângulos e um pequeno piso a um nível superior completam a cenografia concebida por Sérgio Loureiro, que também assina os figurinos.
Em vésperas de estreia, Teresa Gafeira afirma que gostava que o público saísse da peça “com a ideia do que está no título”. “Que pensassem na sorte que tivemos por nascer depois do 25 de Abril”.
Admitindo limitações do teatro para a parte documental, no que considera trabalho de “historiadores e sociólogos”, para o qual o teatro tem limites, Teresa Gafeira disse: “Já sou velha e ainda há pessoas da minha idade que viveram aquilo e sabem o que foi antes e depois [sobre o golpe que depôs a ditadura].
Teresa Gafeira disse ainda esperar que a maior parte do público da peça “não sejam pessoas de 70 anos”, mas “pessoas mais novas”. “Pessoas que não sabem nada sobre o que se passava, nem têm a mínima noção nem do que foi a ‘Revolução dos Cravos’” “nem do que ela nos permitiu”, sublinhou.
E exemplificou com a violência de uma canção obrigatória na escola primária antes do 25 de Abril, que é também cantada no espectáculo, “que nunca mais esqueceu e a marcou para a vida”.
“Contaram-me na escola a nossa história/ As lutas, as viagens do passado/ Não mais se me varreram da memória/ Contaram-me eu fiquei maravilhado/ (…)Ó minha terra, não sou ninguém/ Mas se houver guerra, quero ir também/ Morrer por ti lá nessa pátria leal/ Que eu nunca vi, mas que é também Portugal/ Somos pequenos/ Mas temos fé/ Vamos também morrer de pé […]”, cantou a encenadora, citando os versos que “nunca mais” lhe saíram da cabeça.
“Esta pequena canção é extraordinariamente significativa da repressão”, afirmou.
“As pessoas não falavam, tinham medo”, frisou. Sabiam, mas não podiam dizer “que havia não sei quantos presos políticos. […] Era tudo assim”. Hoje, às pessoas, nem “lhes passa pela cabeça” como era.
Sem falar de heróis, sejam “políticos ou militares”, “A sorte que tivemos!” põe em palco “o que existia antes do 25 de Abril, como a PIDE, a repressão e o mal-estar vivido pelas pessoas”, observou.
Sem descartar que nos tempos que correm também existe alguma autocensura, como afirma, que se “paga do ponto de vista económico”: porém, nos dias de hoje, “posso perder uma oportunidade, posso viver mal, viver um bocadinho pior, mas não vou presa. E isso faz toda a diferença”, enfatizou.
Por isso sublinha que é necessário que as gerações mais novas saibam “a sorte que tiveram por nascer depois do 25 de Abril”.
“E a liberdade conquistou-se graças ao 25 de Abril e não a Deus!”, rematou.
Com música original de Martim Sousa Tavares, a peça está em cena até 05 de maio, com récitas de quinta-feira a sábado, às 21:00, e à quarta-feira e ao domingo, às 16:00.
Na interpretação estão Carolina Dominguez, Cláudio da Silva, David Pereira Bastos, Duarte Grilo, Flávia Gusmão, Joana Bárcia, João Farraia, João Maionde e Pedro Walter, e as estagiárias da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) Íris Cañamero e Matilde Santos.
O desenho de luz é de Guilherme Frazão, o vídeo de José Pires e o movimento de Cláudia Nóvoa.
No piano está Ana Isabel Santos, no saxofone André Marques, no sousafone Pedro Pereira, na percussão Hélder Silva e, na assistência de encenação, Ana Valente.
No dia da estreia da peça, é inaugurada a exposição “A explosão da liberdade pelos olhos do teatro”, uma iniciativa da CTA em parceria com o Arquivo Ephemera, com documentação de José Pacheco Pereira e Rita Maltez e conceção plástica de José Manuel Castanheira.
No âmbito das exposições do Arquivo Ephemera feitas em parceria com a CTA, serão ainda realizadas conversas com o público, sob o tema “Os dias da revolução”.
No próximo sábado, dia 13, a historiadora e comissária da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 Abril, Maria Inácia Rezola, falará sobre “50 anos de liberdade”, numa conversa moderada por Rita Maltez.
No dia 20, o jornalista Adelino Gomes, que fez reportagem do dia da Revolução, estará para contar “Estive, vi, contei”, com moderação de Raul Pinto.
Uma semana depois será a vez de Guilherme Filipe e Pedro Cerejo falarem sobre “A censura ao teatro”, com moderação de Nuno Nabais.
“As campanhas de dinamização cultural do MFA”, a 04 de maio, com Manuel Begonha e Sónia de Almeida, com moderação de Pedro Maia, e “Luiz Pacheco e tal: editar em ditadura”, no dia 11, com José Pacheco Pereira e Pablo Fidalgo, moderados por Anderson Fonseca, completam o ciclo de conversas.
Companhia mala voadora reflete sobre verdade e ficção em nova peça
O dramaturgo Jorge Andrade estreia no dia 26, em Lisboa, uma peça performativa como um filme de ficção sobre uma revolução encenada, a partir de imagens de arquivos de Portugal, no Estado Novo e em Democracia.
O espetáculo de Jorge Andrade, pela companhia mala voadora, intitula-se “25 de Abril de 1974” e é interpretado pelo ator José Neves, no papel de um realizador que está a fazer um filme sobre uma revolução.
Em cena está apenas José Neves, numa mesa de trabalho, e apoiado por um ecrã onde são projetadas imagens que vai comentando e narrando.
Num encontro com jornalistas, numa fase ainda de montagem do espetáculo, Jorge Andrade explicou que um dos pontos de partida para esta produção foi uma curta-metragem feita nos anos 1970 pelo artista vanguardista britânico John Smith, intitulada “The Girl Chewing Gum” (“Rapariga a mastigar pastilha elástica”).
No filme surge a vida mundana e banal numa rua em Londres, com carros e pessoas a circularem, mas John Smith acrescentou-lhe uma narração dessas imagens, como se desse indicações de cena do que se está a passar.
“Achámos que seria pertinente fazer isto com o 25 de Abril. Não só aquela coisa mais imediata da possibilidade utópica de a revolução ser feita por um artista, mas proporcionarmos uma oportunidade de olharmos para estas imagens que distam de há 50 anos e o que significam hoje”, explicou Jorge Andrade.
Para o seu espetáculo, o encenador procurou imagens em arquivos como os da Cinemateca e da RTP, contando com consultoria do jornalista Joaquim Furtado, para construir uma narrativa sobre o que foi Portugal antes e depois da Revolução de Abril de 1974.
A montagem inclui imagens de crianças na Mocidade Portuguesa, de militares portugueses mobilizados para a Guerra Colonial e de demonstrações de poder do regime de Salazar, mas também filmagens de arquivo do dia da ‘revolução dos cravos’, das celebrações civis nas ruas e de alguns dos protagonistas do período revolucionário, do capitão Salgueiro Maia ao político Mário Soares.
Enquanto essas imagens são mostradas ao público, José Neves, no papel do realizador, vai dando indicações de cena, como se fosse o responsável de toda esta revolução encenada. A dada altura até diz que vai precisar de fazer um ‘casting’ de milhares de pessoas para gritarem na rua “O povo unido jamais será vencido!”.
Entre imagens projetadas – que são verdadeiras – e a narração de José Neves, que é ficcional, numa conjugação por vezes marcadamente humorística e sarcástica, o encenador Jorge Andrade quis refletir sobre a História recente do país, e pensar também sobre verdade, desinformação e o que é que isso contribui para a construção de uma realidade.
“Tentamos ser factuais sobre a História que contamos. E acho que não estamos a subverter a História”, esclareceu o encenador que, por outro lado, quer saber o que é que o espetáculo pode suscitar sobre a História, sabendo que hoje “existem tantas ferramentas” para a manipular.
O espetáculo “25 de Abril de 1974” tem pouco mais de meia hora de duração e vai estrear-se no dia 26 no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), sendo a primeira sessão para escolas, para um público-alvo entre os 12 e os 18 anos.
“25 de Abril de 1974” faz parte do programa “Odisseia Nacional” e do ciclo ciclo “Abril Abriu”, programado pelo Teatro Nacional D. Maria II.
A partir de outubro, este espetáculo da mala voadora estará em digressão pelo país, com apresentações em Borba, Campo Maior, Sever do Vouga, Fundão, Carrazeda de Ansiães e Idanha-a-Nova.
Jornalistas estreiam “A Noite” de Saramago e desmentem boato de morte da profissão
Um grupo de jornalistas estreia, no dia 25, no Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, uma encenação de “A Noite”, de José Saramago, sobre a madrugada de Abril, quando são interrompidos pelo boato da morte do jornalismo, e então tudo recomeça.
Escrita em 1979, a obra retrata aquela que foi “a mais bela madrugada” vivida na redação de um jornal diário de Lisboa.
A edição do dia 25 está fechada, a primeira página é obra do diretor, o ambiente é de alguma crispação, há ali jornalistas que ousam pensar. A revolução entra pela redação trazida pelos “ilustres tipógrafos”, vozes que o senhor diretor, fascista, como convinha, tenta calar com a desculpa de que “é preciso salvar o jornal”.
No palco, está lá tudo: as máquinas de escrever, o velho transístor, o tabaco espalhado, muitas folhas, o telex, a ‘menina’ da agenda, que anda enrolada com o sabujo do chefe de redação, a jornalista idealista, o Torres – o revolucionário, as saias abaixo do joelho, os cabelos presos, os pulôveres aos quadrados, o colete reluzente do senhor diretor e, claro, o senhor engenheiro, o homem do dinheiro.
Pelo palco circula a Sara Mago. É ela que apresenta a peça, que fala para o público, “uma cronista de um outro movimento” que há em palco, do jornalismo de hoje.
A ação corre mas a cena é invadida pelo Torres, esbaforido, que manda parar a peça. Já não é o Torres que fala, é Camilo, jornalista do Público.
No palco, já não é 1974. O ano de 2024 regressou e corre na rua um boato: “O jornalismo morreu”, anuncia Camilo, descrevendo que há colegas a desaparecer, a cair para o lado, outros a soro e ninguém sabe nada.
O silêncio dura pouco e os atores voltam a si, são novamente jornalistas e falam de algo que não sabem o que é, afinal: “O Marques Mendes não anunciou nada, não houve comunicados, nem chegaram mensagens de WhatsApp”, ouve-se. É preciso saber o que se passa.
“O que diz a Lusa? E o Expresso? A fonte de Belém ainda não disse nada? E a Entidade Reguladora da Comunicação, será que é desta que diz alguma coisa? O Correio da Manhã fala em ‘jornalistas zombies’”.
Mas está tudo doido? Já não é o sabujo que questiona mas Simão, o jornalista da Lusa que se recusa a aceitar a morte do jornalismo e que quer continuar a peça: “Há um grupo, que é fictício, de jornalistas, que se junta para montar ‘A Noite’, mas entretanto, no sentido alegórico, corre que o jornalismo está para morrer e, durante a peça, ‘a coisa dá para o torto’ e aparece o boato de que o jornalismo morreu”, explicou à Lusa Simão Freitas, que juntamente com João Gaspar criou a dramaturgia desta nova Noite.
“É também exercício de autocrítica, sobre que jornalismo nos estão a obrigar a fazer. Há um grito de alerta para a perda de controlo editorial, para as administrações, para os baixos salários, a precariedade. Estamos num período em que o tempo é tão frenético e as condições laborais tão deterioradas que começamos a trabalhar vergados. Nós não queremos trabalhar mais vergados”, salientou o jornalista.
A própria “criação do grupo de teatro” faz parte da dramaturgia: “O grupo é fictício, há jornalistas – ou melhor -, atores que fazem mais do que um papel, mas não é por falta de gente, é porque nós estamos cada vez mais proletários enquanto classe, temos de fazer tudo, tornam-nos autómatos. A ideia do jornalismo como uma profissão intelectual, liberal, perdeu-se, porque temos é de produzir, produzir e produzir.”
Esta “Noite”, no entanto, é também um grito de liberdade, de esperança e “tem muito do 25 de Abril” até porque, salientou Simão Freitas, “só se consegue fazer uma peça com este radicalismo, porque aquela noite trouxe a liberdade”.
“E também só a conseguimos fazer da forma que fizemos, com o nível de crítica, análise, de radicalismo nos termos que fizemos, porque acreditamos que o jornalismo não está morto. Não está. Nós não desistimos, ninguém quer baixar os braços e ir para casa dedicar-se a outra coisa qualquer, nem queremos continuar neste jornalismo que criticamos”, declarou.
“A Noite”, pelo Grupo de Teatro Jornalistas do Norte, estreia-se na madrugada do dia 25 de Abril, hora em que começa ação da peça escrita por José Saramago, e sobe novamente ao palco do Constantino Nery nos dias 27 e 28 deste mês, estando previstas ainda apresentações em Vila Real, Ourém, Aveiro, Coimbra, Santarém e Leiria.
Em palco, nesta nova “Noite”, estão Aline Flor, André Borges Vieira, Camilo Soldado, Catarina Ferreira, Dora Mota, Francisco D. Ferreira, João Gaspar, João Nápoles, Joana Ascensão, Jorge Eusébio, Luísa Marinho, Maria João Monteiro, Pedro Emanuel Santos e Simão Freitas. A encenação é de Jorge Louraço Figueira e Leonor Wellenkamp Carretas.
Teatro português com sessões esgotadas no festival novas dramaturgias de Berlim
O FIND – Festival Internationale Neue Dramatik de Berlim vai apresentar, pela primeira vez, três produções em português, duas delas para assinalar diretamente os 50 anos do 25 de Abril de 1974, com sessões já esgotadas.
O festival dedicado a novas dramaturgias, que termina a 28 de abril, apresenta teatro contemporâneo de todo o mundo, com novos textos e produções, bem como peças e projetos documentais de artistas renomados e grupos menos conhecidos.
Na página oficial do teatro Schaubühne, histórica sala de espetáculos da capital alemã, pode ler-se que, pela primeira vez, a edição deste ano apresenta três produções em português. Sobretudo tendo em conta as datas do festival, as obras terão uma “ressonância histórica”.
“Durante o FIND, no dia 25 de Abril de 2024, celebram-se os 50 anos da ‘Revolução dos Cravos’ de 1974 que marcou o fim do último regime fascista na Europa e do colonialismo europeu em África”, refere.
Meio século depois, os organizadores do festival indagam-se sobre “o que resta dessas utopias de mudança democrática” e “que futuro têm elas na era de uma viragem global racista para a direita e do auto isolamento deliberado da Europa dos fluxos migratórios”.
Na sexta-feira e no sábado, é representada a peça “Catarina e a beleza de matar fascistas”, do escritor e realizador Tiago Rodrigues, que aborda “o legado antifascista português sob a forma de uma fábula grotesca”.
“Uma família que resistiu ao regime desenvolveu um ritual, ‘a beleza de matar fascistas’, em que todos os anos um exemplar é apanhado e morto a tiro”, descreve o Schaubüne na sua página oficial.
“Pêndulo”, de Marco Martins, com duas sessões no sábado e duas no domingo, traça as “relíquias do colonialismo português no presente”.
“Colaborando com os seus protagonistas e co-escritores, oriundos das antigas colónias de África e da América Latina e que hoje trabalham como cuidadores e empregados de limpeza em Portugal, cria um panorama de uma sociedade presa no movimento pendular homónimo”, lê-se.
As seis sessões já estão esgotadas.
Será ainda apresentada a peça brasileira “Manifesto Transpofágico”, de Renata Carvalho, que “lança luz sobre a realidade da vida dos ‘travestis’ que são ameaçados de violência diariamente”.
O FIND volta a destacar o trabalho de uma personalidade artística no “Artista em Foco”.
Esta edição é dedicada ao dramaturgo e encenador britânico Alexander Zeldin, que levará a Berlim a peça “The Confessions”, a mesma que apresentou em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, no início deste mês. Em 2021, Zeldin esteve na abertura da temporada da Culturgest com a sua anterior criação “Love”, passada num centro de residência temporária para imigrantes, refugiados e famílias em situação de risco.
* com Lusa