A família Ortigão Costa, descendente do fundador da Sugal, ocupava a 26ª posição do ranking nacional das maiores fortunas de 2023, com um património de perto de 500 milhões de euros, segundo a Forbes Portugal. Porém, em 2024, a revista separou os negócios familiares já que João Ortigão Costa, um dos seis irmãos, filhos do empresário Luís Jorge Ortigão Costa, falecido em 2010, adquiriu a Sugal, separando-a da holding familiar, a Sogepoc. João é CEO da empresa desde 1997, e, em outubro de 2023 – já depois da revista ter feito, em conjunto, as contas da família – chega a acordo com os seus irmãos para a compra da empresa fabricante de concentrado de tomate. Os valores envolvidos na transação não foram divulgados.
João Ortigão Costa, um dos seis filhos do fundador da Sugal, acumula um património de cerca de 325 milhões de euros, ficando por isso colocado na 47ª posição da lista de 2024 dos mais ricos da Forbes Portugal.
João Ortigão e Costa referiu, na altura, que a reconfiguração acionista teve como objetivo consolidar o processo da sucessão geracional, assegurando a continuidade e fortalecimento da empresa. Por outro lado, os irmãos que ficaram com os outros investimentos da Sogepoc, explicam que vão continuar a ser um player de referência no setor agroindustrial, com investimentos relevantes na área dos frutos secos, como nozes e amêndoas, com a Nogam, que nasceu em 2021, e explora 108 hectares de nogueiras. Trata-se da primeira fábrica de processamento de nozes em Portugal, construída em Estremoz, no Alentejo, e que resultou de um investimento de 6,2 milhões de euros. Sogepoc é ainda proprietária de empresas na produção de lacticínios, arroz e cogumelos frescos e de várias sociedades agrícolas. A Forbes Portugal avaliou, em finais de 2024, os negócios da restante família em cerca de 300 milhões de euros.
Sugal, uma marca com presença global
A empresa, hoje designada de Sugal Group, foi fundada por Luís Jorge Ortigão Costa em 1957, na Azambuja, na zona do Ribatejo. O empresário, que era médico veterinário e ganadeiro, construiu a sua primeira unidade industrial para transformar tomate, que era um produto muito forte naquela região, criando um número importante postos de trabalho na época. Em simultâneo com o desafio empresarial, fundou ainda a Coudelaria Ortigão Costa, com algumas éguas e um garanhão preto, adquirindo posteriormente uma outra ganadaria em Espanha. Tornou-se então uma referência na tauromaquia nos dois países, tendo o seu nome associado à praça de toiros da Azambuja.
Depois da primeira fábrica na Azambuja, a Sugal inaugurou mais uma fábrica em Benavente, na mesma zona, e em 2010, abriu uma terceira fábrica em Sevilha, Espanha. Dois anos depois surgem mais duas unidades industriais fora de fronteiras. Atualmente o grupo, que fatura pero de 500 milhões de euros, detém cinco fábricas, em Portugal, Espanha e Chile, exportando cerca de 90% da sua produção.
O Sugal Group é um dos maiores grupos nacionais na área agroindustrial, detendo cerca de cinco unidades industriais, duas em Portugal, uma em Espanha e outras duas no Chile. Fabricante da marca Guloso, exporta 90% da sua produção.
O grupo, que tem uma produção instalada de cerca de dois milhões de toneladas de tomate fresco, e ainda produz polpa de frutas e legumes nas duas unidades do Chile. A sua principal marca de concentrado de tomate no mercado nacional é a Guloso, com forte presença na grande distribuição. O tomate da Sugal chega a mais de 70 mercados, tendo uma posição muito forte na Europa e até no Japão. Destacam-se, entre os seus principais clientes, marcas como a McDonald’s, a Heinz, a PepsiCo, a Dr. Oetker e a Panzini.
A revista Forbes Portugal lançou a lista dos 50 milionários nacionais na edição impressa de dezembro/janeiro. Conheça também aqui a análise feita às maiores fortunas nacionais, a metodologia aplicada nas avaliações e também o top 10 das maiores fortunas nacionais.