Avenidas para mais cidades portuguesas. Depois, olhar para o mercado espanhol: “Tem potencial formidável”

De um único veículo de serviço TVDE em 2016, a Avenidas cresceu bastante, alargando a sua atividade a várias áreas no campo da mobilidade, viagens de turismo, logística e apoio ao crescimento de empresas. Em 2023, a Avenidas investiu quase 2 milhões de euros em mobilidade sustentável e este ano o orçamento destinado ao investimento…
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A Avenidas surgiu em 2016 para o difícil mercado dos TVDE, da logística e do turismo. Venceu a aposta e oito anos depois, o CEO da empresa, Manuel Reis, já tem mais planos para continuar a crescer.
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De um único veículo de serviço TVDE em 2016, a Avenidas cresceu bastante, alargando a sua atividade a várias áreas no campo da mobilidade, viagens de turismo, logística e apoio ao crescimento de empresas. Em 2023, a Avenidas investiu quase 2 milhões de euros em mobilidade sustentável e este ano o orçamento destinado ao investimento na frota repete o mesmo valor.

À Forbes, Manuel Reis, CEO e Co-Founder da Avenidas, faz um ponto da situação a respeito da empresa e traça algumas metas para o futuro.

Quem tem investido na Avenidas desde 2016 e qual o montante total até agora investido?
Manuel Reis:
Até agora, a Avenidas tem investimento total de 5 milhões de euros: 1,5 milhões de euros obtidos entre 2016 e 2021; 1,5 milhões de euros em 2022 e 2 milhões de euros em 2023.  A grande maioria deste investimento tem cash-flows próprios e crédito bancário, sendo que, no final de 2021, fizemos uma pequena ronda de levantamento de capital, onde levantamos 110 mil euros, estipulando a nossa valuation nos 2,5 milhões de euros.

Têm uma rede grande de colaboradores para cada uma destas quatro áreas? Quantas pessoas por área?
Atualmente, contamos com 33 pessoas no escritório e cerca de 300 recursos humanos alocados às quatro vertentes da empresa, no total. Este número inclui estafetas, distribuidores, motoristas, guias e promotores de venda que temos no terreno, de norte a sul do país.

Com que empresas têm parcerias?
A nossa rede de clientes e parceiros já é relativamente extensa, especialmente porque atuamos em verticais bastante diversificadas.

Na Avenidas RIDE temos parcerias com empresas para realização de transporte de passageiros B2B, entre elas a IBM, a Luggage Storage, a Climex e a GS1.

Na Avenidas TOUR, temos um pouco mais de 20 parcerias B2B com empresas como a Viator, Airbnb, Expedia, Get Your Guide, Living Tours, Windsor Travel, entre outros.

No Avenidas SEND, contamos com mais de 40 lojas, em Lisboa e no Porto, a trabalhar o serviço end-to-end Food Delivery, mais cinco parcerias last-mile logistics, com a Fonte Viva, Paack, Correos Express e Terra Boa, com quem fazemos cerca de 3000 entregas de e-commerce e q-commerce diariamente.

Finalmente, a Avenidas GROW trabalha apenas com um parceiro.

Uma das empresas com quem têm uma parceria é a Bolt. De forma prática e concreta, como é que funciona este vosso relacionamento com a Bolt? O que lhes fornecem?
A Avenidas tem uma das melhores frotas em termos de qualidade e performance em Portugal, o que nos possibilitou estabelecer esta parceria com a Bolt. Nós gerimos as frotas para o segmento de passageiros da Bolt, na qual alocamos a maioria da nossa frota, tanto a full-time, como a part-time, o que permite complementar os nossos serviços Ride e Tour.

No turismo, em que é que se traduz a vossa parceria com um operador turístico? Cedem veículos? Contratam guias turísticos?
Trabalhamos em grande proximidade com as Online Travel Agencies (OTA) através da nossa vertente turística B2B e B2C, a Avenidas Tour e a Swingo, respetivamente. No âmbito do B2B, os clientes utilizam as plataformas das operadoras turísticas com quem temos parcerias para reservar as experiências que já estão disponíveis. No B2C, os clientes contactam-nos diretamente, sendo que, no segmento Ride, por exemplo, podem abrir uma conta conosco para agendar serviços de transporte de passageiros. Além disso, também realizamos transfers, o que nos permite levar os clientes do aeroporto até ao seu Airbnb ou hotel, por exemplo. Temos uma frota versátil para realizar viagens turísticas personalizadas, tanto para empresas como para famílias, com guias turísticos que passam por um processo de formação e de acompanhamento, garantindo um conhecimento considerável sobre as regiões e destinos turísticos.

Neste 2024, que objetivos têm para cada uma das vossas quatro áreas?
Temos o objetivo de chegar aos dez milhões de euros de faturação, através do investimento na eletrificação total da frota, assim como na melhoria das operações para responder eficazmente às necessidades dos clientes e na abertura de um novo escritório no Grande Porto.

O foco vai ser crescer a pegada em Lisboa e explodir no Porto em cada uma das quatro áreas. Vamos expandir a área Grow para o país inteiro, cobrindo de norte a sul, passando de 10 localizações e 1 cliente para mais de 20 localizações e 2 novas áreas de negócio inseridas neste segmento.

Os 10 milhões de euros de faturação que preveem para 2024 dá-vos já margem para ter lucro? De quanto? Quando preveem começar a ter lucro?
Prevemos ter um EBITDA entre os 12% e 15%, valor este que já considera a margem operacional.

Em qual das áreas em que estão presentes esperam crescer mais?
Todas as nossas vertentes têm tido um crescimento notável e queremos dar continuidade a este crescimento de forma equilibrada. Desde a sua criação na pandemia, a vertente Send tem tido uma adesão bastante expressiva pelos clientes, devido à nossa diversidade de tipo de entregas e parcerias. As áreas Ride e Tour, que se complementam, também têm registado um grande crescimento, sendo que, com a chegada da época alta do turismo, esperamos ter um boom nestes serviços.

Em termos de expansão internacional, o que está previsto?
A expansão internacional faz parte dos nossos planos futuros, mas, de momento, queremos focar-nos em trazer os nossos serviços e a sua qualidade aos quatro cantos de Portugal. Numa primeira fase, queremos expandir para cidades portuguesas maiores, como Braga, Coimbra, Leiria e Aveiro. Ainda assim, olhamos para o mercado espanhol e vemos um potencial formidável.

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