O investimento em ações é algo muito procurado por quem procura uma maior rentabilidade do seu dinheiro mas é preciso ter algum cuidado sobre este investimento já que a margem de erro é bastante considerável se não souber o que está a fazer e simplesmente “apostar” numa determinada ação porque tem sido muito falada nas notícias ou um amigo disse que era uma boa ideia e que está a ganhar dinheiro.
Para a esmagadora maioria dos investidores, uma carteira de ETF’s (fundos de investimento cotados em bolsa) é uma estratégia com uma probabilidade muito maior de correr bem do que investimento em ações individuais:
No entanto, se realmente tem interesse em começar a investir em ações, neste artigo vou abordar 5 coisas que deve saber sobre este tipo de produtos antes de começar a investir neles.
1 – O que é uma ação?
Ser detentor de uma ação, significa que é acionista dessa empresa, ou seja, dono ou dona de uma parte dela e, por isso mesmo, tem exposição à performance da empresa. Se ela crescer, a sua participação, tendencialmente, vale mais, se ela tiver prejuízos a sua participação, tendencialmente, vale menos.
Porquê a utilização da palavra “tendencialmente” nesta explicação? Porque a questão de valer mais ou menos é mais complexo do que apenas e só a empresa ter lucros ou prejuízos, mas já lá vamos.
2 – Como ganha dinheiro com ações?
Existem duas formas de ganhar dinheiro com ações.
Em primeiro lugar, com a tal valorização que falei anteriormente, ou seja, com o facto de comprar uma ação a 10€ e ela valorizar até aos 15€, altura em que a vende e ganha os 5€ de diferença. Esta valorização, ao contrário do que se pensa habitualmente, não acontece apenas e só porque a empresa tem lucros ou prejuízos. Na verdade, a valorização ou desvalorização da cotação é baseada numa simples lei de oferta-procura. Se há mais pessoas a comprar (a investir, portanto) ações da empresa, a sua cotação sobe. Se, por outro lado, há mais pessoas a vender (a desinvestir), a cotação desce. É, na verdade, tão simples quanto isto. Os resultados da empresa são relevantes porque vão incentivar as pessoas a comprar ou a vender, mas é apenas isso. Outros fatores que influenciam as decisões dos investidores são, por exemplo, economia do próprio país, notícias que surjam sobre a empresa ou o mercado e tudo o resto que possa influenciar a confiança ou o medo dos investidores.
A outra forma de ganhar dinheiro com ações é através do pagamento de dividendos. Os dividendos não são mais do que a distribuição de lucros da empresa pelos seus acionistas. Uma qualquer empresa chega ao final do ano, faz as suas contas e percebe que tem 100 milhões de euros de lucros e decide distribuir 20 milhões aos seus acionistas. Se a empresa tiver, por exemplo, 20 milhões de ações emitidas, então os acionistas terão direito a um dividendo de 1€ por cada ação que tiverem. Se tiver 50 ações no momento desse pagamento, então recebe 50€. Os dividendos não são, de nenhuma forma, obrigatórios e há empresas que não os pagam porque optam por reinvestir o dinheiro no seu negócio. No entanto, em empresas maiores e mais estabelecidas a tendência é pagarem dividendos para incentivar a compra de mais ações.
3 – Que estratégias de investimento existem?
As empresas não são todas iguais e em termos de estratégias de investimento, agrupam-se em três grandes grupos:
- Growth Stocks (Ações de Crescimento) – Aqui enquadram-se empresas relativamente recentes, muitas vezes ainda sem qualquer lucro mas que têm um potencial de crescimento grande com uma rentabilidade da mesm ordem, caso o negócio corra bem. Obviamente que são também aquelas onde o risco de correr mal é maior, precisamente porque é tudo muito baseado em expectativas e não, necessariamente, na solidez da empresa.
- Value Stocks (Ações de Valor) – Neste grupo encontram-se as empresas que estão bastante mais bem estabelecidas em mercado e que, ano após ano, apresentam uma evolução de cotação crescente e bastante “consistente” (entre aspas pois nada é garantido neste mercado). Estas empresas apresentam resultados financeiros fortes e equilibrados e atraem os investidores precisamente com esses resultados.
- Dividend Stocks (Ações de Dividendos) – No terceiro grupo estão as empresas que, tal como as de Value Stocks, já estão bastante bem reconhecidas e presentes no mercado, também com sólidos resultados financeiros mas que, ao contrário das anteriores, optam por distribuir uma maior fatia dos seus resultados em vez de reinvestirem no negócio. Aqui o que acontece é que a cotação da ação tem uma evolução bastante mais lenta mas a sua rentabilidade vem dos altos dividendos que ela paga.
Há alguma destas estratégias que seja melhor que outra? A resposta é um claro “não”! Depende, como sempre, do seu objetivo e da carteira de investimentos que está a construir.
4 – Investir em ações é seguro?
Se por “seguro” quer dizer “garantido”, então não. Longe disso.
Quando investe em ações, o seu capital não está garantido. Se a empresa for à falência, o seu dinheiro desaparece na totalidade e não há ninguém a quem se possa queixar. É importante que tenha esta noção bem presente quando decide investir em ações e que tenha uma quantidade racional de receio de perder esse dinheiro. E é importante que esse receio seja realmente racional e não se deixe levar por ele de forma a que exclua completamente colocar dinheiro em produtos que não garantam o capital.
Além disso, as ações não são todas iguais. Como deve compreender, investir numa startup que teve uma ideia brilhante não é a mesma coisa que investir numa empresa com 100 anos de vida e resultados. Deve ter sempre esta noção bem presente.
5 – Como posso comprar ações de empresas?
A parte da compra, efetivamente, é a mais fácil de todas. Basta abrir conta numa corretora, seja online ou mais tradicional, e começar a transacionar as ações. Garanta apenas que a plataforma que escolher se encontra devidamente registada na CMVM.
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AVISO LEGAL: O investimento em ações não garante o seu capital nem a sua rentabilidade e este artigo não deve ser encarado como nenhum tipo de recomendação de investimento neste ou outro tipos de produtos. Garanta que faz os seus investimentos sempre de forma totalmente autónoma e informada.