O setor das TIC deverá crescer cerca de 5,3% em 2024 e 6,3% em 2025, segundo as previsões da Crédito Y Caución, empresa de seguros de crédito e de exportação, que estima que esta indústria se torne numa das de maior crescimento nos próximos 18 meses.
Para os especialistas desta empresa os principais impulsionadores da procura serão a digitalização, a automação industrial e o aumento da procura de semicondutores, devido ao desenvolvimento da Inteligência Artificial e do mercado dos veículos elétricos.
O segmento dos semicondutores deverá registar taxas acima dos 13% com margens de negócio sólidas e a produção de equipamentos de informática deverá crescer 5% em 2024.
Analisando o incremento mundial por subsetores, o estudo revela que o dos componentes eletrónicos e placas deverá atingir os 9%, quer já este ano quer no próximo. O segmento dos semicondutores deverá registar taxas acima dos 13% com margens de negócio sólidas e a produção de equipamentos de informática deverá crescer 5% em 2024 e em igual razão em 2025. E, embora a venda de smartphones tenha desacelerado, o subsetor é impulsionado pelas infraestruturas, como a banda larga e o 5G.
No subsetor dos equipamentos de escritório a evolução sentida tem sido a de decréscimo, devido à inversão das tendências de consumo, porém a seguradora de crédito estima que as vendas recuperem em 2024 e 2025 à medida que os produtos adquiridos na pandemia comecem a ser substituídos.
Mercados saturados em algumas economias
Este research demostra que os desafios são significativos, sendo que alguns dos principais são a saturação de alguns mercados, nomeadamente no que diz respeito a tablets, smartphones e computadores pessoais, e a tensão comercial entre os Estados Unidos e a China. Estando estas duas regiões apostadas na liderança tecnológica, um agravar das relações poderá provocar novos problemas nas cadeias de abastecimento mundiais, nomeadamente na produção de chips.
Para a Europa, o relatório estima que, em 2024, haja uma contração de 0,4% devido às elevadas taxas de juro, que pesam no investimento empresarial. Por outro lado, a baixa da procura de chips por parte da indústria automóvel europeia, também contribuiu para o fraco desempenho. Estima-se, por isso, uma recuperação gradual, com a produção de bens de alta tecnologia na zona euro a aumentar 2,8% em 2025, suportada pela flexibilização das condições financeiras e pela recuperação dos principais setores compradores. O setor poderá ainda vir a ser afetado pelas perturbações da cadeia de abastecimento no Mar Vermelho.
A Lei dos Chips, na Europa, prevê um investimento de 43 mil milhões de euros com o objetivo de reduzir a dependência das importações da Ásia.
Estados Unidos, União Europeia e Ásia definiram como estratégica a expansão da produção de semicondutores, tendo aprovado legislação para apoiar o crescimento da produção nacional. A Europa não produzia, até há pouco tempo chips de ponta, mas sim semicondutores de baixa tecnologia para o fabrico de automóveis, e agora a Lei dos Chips da prevê um investimento de 43 mil milhões de euros com o objetivo de reduzir a dependência das importações da Ásia e alcançar uma quota de 20% na produção global de chips até 2030. No entanto, as projeções atuais sugerem que é provável que este objetivo não seja alcançado devido aos custos operacionais e laborais na Europa e aos limites aos subsídios.