Imobiliário de luxo: venda de casas acima de 100 milhões vai duplicar este ano nos Estados Unidos

Até 15 de julho deste ano foram vendidas, nos Estados Unidos, seis casas por mais de 100 milhões de dólares (cerca de 92,4 milhões de euros), o que leva os especialistas do setor a acreditar que, caso o ritmo se mantenha, vai duplicar as vendas do ano passado e ultrapassar o recorde de nove casas…
ebenhack/AP
Especialistas do setor acreditam que os negócios imobiliários de topo vão aumentar, ultrapassando 2021. Vendas de imobiliário de luxo estão ao nível mais alto nível dos últimos três anos.
Negócios

Até 15 de julho deste ano foram vendidas, nos Estados Unidos, seis casas por mais de 100 milhões de dólares (cerca de 92,4 milhões de euros), o que leva os especialistas do setor a acreditar que, caso o ritmo se mantenha, vai duplicar as vendas do ano passado e ultrapassar o recorde de nove casas vendidas acima deste valor em 2021.

As estimativas são da consultora imobiliária Miller Samuel, num estudo realizado para a Douglas Elliman, divulgado pela CNBC, que afirma que apesar dos imóveis com valores de nove dígitos pertencerem a um clube bastante restrito, o boom do imobiliário de luxo é já uma realidade, tendo registado o maior aumento dos últimos três anos.

Também as aquisições de imóveis situados entre os 10 milhões de dólares (cerca de 9,3 milhões de euros) e os 50 milhões de dólares (cerca de 46,1 milhões de euros) estão a recuperar em força após uma quebra em 2023.

Um dos fatores que contribuiu para isso foi a recuperação dos mercados financeiros e a expectativa de que as taxas de juro desçam, trazendo um novo folego ao mercado dos ultra-ricos. Por outro lado, a chamada Grande Transferência de Riqueza, em que cerca de 80 biliões de dólares (cerca de 74 biliões de euros) irão transitar de mãos, também está a ajudar ao aumento das vendas. Daniel de la Veja, presidente da One Sotheby’s International Realty, disse à CNBC que já se verifica, no sul da Florida, que muitos compradores da Geração Millenial e Geração Z estão a adquirir condomínios com as heranças familiares.

Também as aquisições de imóveis situados entre os 10 milhões de dólares (cerca de 9,3 milhões de euros) e os 50 milhões de dólares (cerca de 46,1 milhões de euros) estão a recuperar em força após uma quebra em 2023. Esta tendência contrasta com a do mercado habitacional de gamas baixas, que está ainda a sofrer com a alta de juros e falta de oferta.

Os maiores negócios do ano

Voltando às casa de mais de 100 milhões de dólares no mês passado foram realizados dois negócios em Manhattan, Nova Iorque, acima deste valor. Um foi uma penthouse na Central Park Tower, o edifício residencial mais alto do mundo – no qual se vendeu o apartamento mais caro do mundo, num valor de 250 milhões de dólares, cerca de 231 milhões de euros, em 2022 – vendida por 115 milhões de dólares (cerca de 106 milhões de euros) a um investidor anónimo. O outro foi uma penthouse no Aman New York, vendida por 135 milhões de dólares (cerca de 125 milhões de euros), cujo comprador foi o bilionário russo Vladislav Doronin, fundador da companhia que construiu o edifício.

Laurene Powell Jobs, viúva de Steve Jobs, comprou recentemente uma moradia de 17 mil metros quadrados em Pacific Heights, por 70 milhões de dólares (cerca de 64,7 milhões de euros).

Conforme relata a CNBC, foi ainda vendida uma moradia de luxo em Palm Beach, na ilha privada Tarpon Island, por 150 milhões de dólares (cerca de 139 milhões de euros) e uma outra em Malibu, por 210 milhões de dólares (cerca de 194 milhões de euros), o que a tornou a casa mais cara vendida na Califórnia. Também S. Francisco sente a mesma tendência: a viúva de Steve Jobs, Laurene Powell Jobs comprou uma moradia de 17 mil metros quadrados em Pacific Heights, por 70 milhões de dólares (cerca de 64,7 milhões de euros).

Segundo o 2024 Mid-Year Luxury Outlook, elaborado pela Christie’s, a procura dos imóveis de luxo está a crescer no país: em Naples, na Florida, as vendas das casas acima dos 10 milhões de dólares cresceram 14% no primeiro trimestre, e em Montana, vendas acima dos 4 milhões de dólares (cerca de 3,7 milhões de euros) cresceram 50% em maio.

Mais Artigos