87% das empresas já utilizam IA para impulsionar a sua inovação, mas apenas 8% a utilizam em grande escala

Cerca de 87% dos executivos estão a utilizar a inteligência artificial generativa para impulsionar a inovação, sobretudo nas áreas de pesquisa e desenvolvimento e na criação de novos produtos, mas apenas 8% estão a adotar esta prática em escala, segundo o relatório Most Innovative Companies 2024: Innovation Systems Need a Reboot, desenvolvido pela Boston Consulting…
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Boa parte dos executivos estão a utilizar a inteligência artificial generativa para impulsionar a inovação, mas apenas 8% estão a adotá-la em escala. Conheça os conselhos para melhorar o seu negócio.
Tecnologia

Cerca de 87% dos executivos estão a utilizar a inteligência artificial generativa para impulsionar a inovação, sobretudo nas áreas de pesquisa e desenvolvimento e na criação de novos produtos, mas apenas 8% estão a adotar esta prática em escala, segundo o relatório Most Innovative Companies 2024: Innovation Systems Need a Reboot, desenvolvido pela Boston Consulting Group (BCG). Este estudo avaliou a maturidade de inovação das empresas com base num inquérito global a mais de mil executivos

Apesar da maioria das empresas nos diversos setores estar a experimentar esta tecnologia para inovar, apenas 10% dos inquiridos revela que a sua implementação teve impactos reais na organização, o que representou um decréscimo de 27% em comparação com o ano de 2022.

Pedro Pereira, managing director e senior partner da BCG em Lisboa, afirma, em comunicado, que “À medida que a tecnologia avança, as empresas devem adaptar-se para se manterem competitivas, sendo que a implementação de IA generativa pode ajudar a inovar, a ser mais eficiente e a ter um melhor desempenho”.

A inovação é classificada por 83% dos executivos como uma das três principais prioridades nas suas organizações, mas apenas 3% das empresas possuem estrutura, recursos e cultura organizacional para implementar essa prioridade de uma forma eficaz, uma queda de 22% face a 2022.

Pedro Pereira explica ainda que “Contudo, e apesar da maior parte das organizações priorizar a inovação mais do que no passado, os resultados mostram que estas estão atualmente menos preparadas para cumprir os seus objetivos nesta área face ao ano passado e que, sem uma estratégia bem definida para guiar a sua implementação nas organizações, são suscetíveis de ter um desempenho inferior ao seu potencial”.

Em sentido contrário, 70% das empresas planeia focar-se na otimização de processos, como o aumento da eficiência e da velocidade dos seus modelos operacionais, e 65% procura aumentar o número de projetos na sua carteira, sendo que cerca de um terço destes está a priorizar a aposta em projetos de curto prazo.

As taxas de juros, as restrições de talento e as estratégias pouco claras ou demasiado amplas são apontadas pelo relatório como os principais obstáculos que as organizações enfrentam para dinamizar a inovação.

O relatório revela ainda que quase metade dos executivos considera que a sua organização se esforça para alinhar as estratégias de negócio e de inovação, mas apenas 12% combina efetivamente ambas as estratégias.

Alinhar as estratégias empresariais e a de inovação, pode revelar-se um facto diferenciador em relação às oportunidades a médio e longo prazo, já que quando ambas estão alinhadas os resultados são melhores, segundo o relatório as empresas que utilizam esta abordagem atingem uma percentagem de receitas de novos produtos 74% superior àquelas que não o fazem.

As organizações mais inovadoras e com melhor desempenho alinham a sua estratégia de negócio à estratégia de inovação, combinando a análise avançada de dados e a criatividade estratégica para criar valor.

As cinco estratégias para alinhar o seu negócio

A BCG enumera os cinco conselhos que poderá seguir para alinhar a inovação com a estratégia do seu negócio. Conheça a seguir quais são:

Apostar numa liderança forte. A inovação empresarial parte da liderança, os executivos devem implementar planos de inovação de cima para baixo, tendo princípios chaves como estabelecimento de metas ambiciosas, definição de estratégias claras e priorização dos valores e necessidades da organização.

Definição do papel da inovação na organização. A inovação empresarial influência a sua direção estratégica, dando um contributo essencial para o sucesso global da organização. É importante definir objetivos claros de inovação que se enquadrem na estratégia de negócio da empresa nunca perdendo o crescimento sustentado.

Foco na vantagem competitiva. A organização deve concentrar-se em oportunidades de mercado que tem maior potencial de ter sucesso com base nos seus ativos estratégicos únicos, e dessa forma tentar maximizar o potencial dos investimentos em inovação.

Áreas de inovação bem definidas e identificação clara do portefólio. As organizações necessitam de definir uma estratégia de inovação específica de modo a cumprir as suas ambições estratégicas. Por tanto devem harmonizar o seu portefólio e concentrar-se em investir em áreas específicas e bem definidas para potenciar sucesso a longo prazo.

Desenvolvimento de objetivos quantificáveis. A organização deve traçar uma perspectiva concreta e baseada em dados sólidos que permita prever e medir o contributo das atividades de inovação para os seus objetivos globais. Além disso, precisa de estabelecer prazos claros e de definir uma abordagem analítica para quantificar o risco. É com base nestes fatores que poderá fazer escolhas informadas, definindo objetivos de inovação realistas e exequíveis e mitigando potenciais riscos associados.

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