Biologia sintética: 65% das startups dizem que iliteracia dificulta escalar biosoluções

Organizações de todos os setores de atividade estão a preparar-se para o impacto transformador que a Engenharia Biológica, também conhecida por Biologia Sintética, trará ao mercado. Este conceito consiste na aplicação dos princípios da biologia e da engenharia conjugadas com tecnologias de Inteligência Artificial e com técnicas computacionais, para criar novos sistemas biológicos, trazendo vantagens…
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São 96% as organizações que já estão a apostar na biologia sintética, e a maioria prevê aumentar os seus investimentos nesta área nos próximos cinco anos anos. A sustentabilidade é o principal pilar.
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Organizações de todos os setores de atividade estão a preparar-se para o impacto transformador que a Engenharia Biológica, também conhecida por Biologia Sintética, trará ao mercado. Este conceito consiste na aplicação dos princípios da biologia e da engenharia conjugadas com tecnologias de Inteligência Artificial e com técnicas computacionais, para criar novos sistemas biológicos, trazendo vantagens ambientais e melhorando a eficiência dos produtos.

Segundo o estudo “Unlocking the power of engineering biology: The time is now”, realizado pelo Research Institute, da Capgemini, cerca de 99% dos gestores inquiridos esperam que a aplicação da engenharia biológica nas suas áreas de atividade venha a introduzir mudanças radicais nos próximos cinco a dez anos, ou até mais. O estudo inquiriu 1.100 gestores de topo de organizações de 11 setores de atividade, com um volume de negócios superior a mil milhões de dólares na América do Norte, Reino Unido, Europa continental, APAC e Médio Oriente, e ainda 500 gestores de startups de engenharia biológica.

Inquiridos os gestores das startups, cerca de 65% das empresas nesta área afirmam que a falta de literacia a este nível dificulta a sua capacidade de escalar as biosoluções. Ou seja, é necessária maior especialização neste segmento.

Assim, a grande maioria das organizações – 96% -, está à procura de biosoluções, das quais 40% em fase exploratória e 56% já em experimentação. Cerca de 68% dos gestores afirmam que as suas empresas planeiam aumentar os investimentos nos próximos anos.

A sustentabilidade é um dos pilares que suporta estes investimentos: as empresas acreditam que as biosoluções têm o poder de as ajudar a reduzir a poluição e as emissões, bem como de melhorar o desempenho e a segurança dos seus produtos e de reduzir o risco de exposição das suas cadeias de abastecimento a eventuais interrupções. Mais de metade das organizações acredita que são necessárias abordagens disruptivas para alcançarem o objetivo das zero emissões.

Os desafios que ainda têm pela frente

No entanto, apesar do otimismo, existem barreiras para que a adoção das biosoluções em larga escala se tornem realidade. Falamos de barreiras como a falta de infraestruturas adequadas em larga escala, escassez de talentos, complexidade das cadeias de abastecimento e enquadramento legais.

Por outro lado, quando inquiridos os gestores das startups, cerca de 65% das empresas nesta área afirmam que a falta de literacia a este nível dificulta a sua capacidade de escalar as biosoluções. Ou seja, é necessária maior especialização neste segmento.

A IA foi reconhecida como a tecnologia mais transformadora no que diz respeito ao aumento da eficiência dos processos de investigação e desenvolvimento, com 98% das empresas a usarem-na ou a planearem fazê-lo.

Para ampliarem a adoção de biosoluções e maximizar o seu potencial, as empresas terão de criar estratégias e planos bem fundamentados, sensibilizar o público, considerar os impactos na sustentabilidade e desenvolver os aspetos ligados à circularidade. Criar um quadro normativo no que diz respeito à bioeconomia é fundamental para o avanço desta área.

A IA foi reconhecida como a tecnologia mais transformadora no que diz respeito ao aumento da eficiência dos processos de investigação e desenvolvimento, com 98% das empresas a usarem-na ou a planearem fazê-lo para acelerar a adoção das biosoluções. Esta é a única tecnologia que está a ser amplamente utilizada para desenvolver e escalar as biosoluções, com 70% das organizações a usarem tecnologias de IA e apenas 20% a fazerem uso da robótica e 11% dos digital twins.

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