Luís e Maria, são eles que estão por trás da Quinta do Paral

Ele é Luís Leão, CEO e enólogo, ela é Maria Pica, Diretora Comercial e de Marketing da Quinta do Paral, um projeto vitiviníco­la sustentável na Vidigueira, perto de Beja, que apresenta um conceito diferenciador no mercado. A marca, que concilia tão bem três pi­lares fundamentais deste projeto - a produção de vinhos de qualidade superior,…
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Um projeto com alma. Fomos conhecer a Quinta do Paral, pela voz do Luís Leão e da Maria Pica, os dois profissionais que estão a construir esta marca autêntica.
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Ele é Luís Leão, CEO e enólogo, ela é Maria Pica, Diretora Comercial e de Marketing da Quinta do Paral, um projeto vitiviníco­la sustentável na Vidigueira, perto de Beja, que apresenta um conceito diferenciador no mercado. A marca, que concilia tão bem três pi­lares fundamentais deste projeto – a produção de vinhos de qualidade superior, a gastronomia e a hos­pitalidade de luxo, “destinada a um público e con­sumidor mais exigente” -, quer acima de tudo criar experiências autênticas.

O projeto começou em 2017 quando o empresário alemão Dieter Morszeck decidiu adquirir 1.5 hecta­res de vinha velha, com mais de 60 anos, “verdadei­ra vinha velha”, enaltece Maria Pica, e compra após compra alcançaram um total de 30 hectares, que compõem a Quinta do Paral, uma quinta centenária no coração do Alentejo. De facto, e à excelência dos vinhos já lá vamos, trata-se de um projeto diferen­ciador a vários níveis, com especial destaque para o património diferenciador em castas e isso reflete-se na qualidade dos vinhos.

Dois felizes acasos.

“Eu e o Luís temos ótimas sinergias e partilhamos da mesma visão, o que tornou muito mais apaixonante o desafio constante de implementação de uma mar­ca”, partilha Maria Pica.

A aventura começou por uma “feliz coincidên­cia”, explica. Depois de 25 anos dedicada a outro pro­jeto vínico de sucesso, sentiu que “era o timing de dar o salto”. “Como digo algumas vezes, há sempre mudanças na ‘crise da meia-idade’ e foi o que acon­teceu, mudei, comecei de novo”, refere a diretora de comercial e de marketing. No caso do Luís, foi por “um acaso”, aquando da primeira visita de Dieter Morszeck – o empresário alemão que não resistiu ao encanto alentejano e decidiu adquirir os terrenos do Paral -, à Quinta que ambos se cruzaram. “Não me co­nhecia, mas tinha as uvas na vinha e precisava de aju­da”, explica o CEO da Quinta do Paral. O enólogo ain­da hesitou, mas a resposta acabou por ser afirmativa.

“Eu e o Luís temos ótimas sinergias e partilhamos da mesma visão, o que tornou muito mais apaixonante o desafio constante de implementação de uma marca”

Sete anos volvidos, ambos tecem elogios à ex­periência. “O melhor projeto em que estive envol­vido até hoje, sem falsas modéstias e trabalho em enologia há mais de 28 anos”, comenta Luís Leão. O enólogo refere que este projeto permitiu-o “fazer vi­nhos com as melhores castas, nos melhores equipa­mentos.

O pedido de Dieter Morszeck: uma marca autêntica e sustentável

A preocupação com os valores que pautam a constru­ção da marca Quinta do Paral esteve presente desde o início. Luís Leão subscreve a visão da família Mor­szeck e de Dieter, é uma visão que assenta “na cons­trução de uma marca sustentada nos princípios da sustentabilidade, conservação do meio ambiente e todos os seus recursos, para que os seus bisnetos ain­da possam desfrutar”. Atualmente responsável pela administração deste projeto em todas as suas verten­tes, o enólogo e CEO defende a importância da ga­rantia de bem-estar dos colaboradores: “todos temos que sentir e defender a marca, neste caso uma marca associada ao Alentejo, à Vidigueira, 95% dos nossos colaboradores são alentejanos”, remata.

Basta um pouco por cada país, é assim que Luís Morgado Leão explica o objetivo da marca chegar aos melhores espaços de restauração e degustação de vinho, nos quatro cantos do mundo. Atualmente o “balanço é mais do que positivo, com abertura de 12 mercados internacionais e uma crescente e forte expansão no mercado nacional”, refere a Diretora de Marketing, que remata o discurso dizendo que já se encontra os vinhos Quinta do Paral “nas cartas de inúmeros restaurantes e garrafeiras de todo o país”.

Um dia na quinta do paral, por Maria Pica

O dia pode começar com uma caminhada pelas vinhas velhas, com pausa para bucha (nome dado a um lanchinho matinal), no campo, junto a uma das oliveiras centenárias contemplando o céu alentejano. Sugere uma visita à adega Quinta do Paral, passando pela cave e prova de vinhos na garrafeira privada. Seguir para o The Wine Hotel e almoçar num ambiente tranquilo e requintado com vista para as vinhas. Após o check in no hotel, escolher uma das experiências disponíveis [como um passeio a cavalo ou no avião privado] e terminar o dia, junto à piscina, a contemplar o pôr do sol com um copo de vinho licoroso Quinta do Paral Condessa 1703.

A equipa procura, acima de tudo, um desenvol­vimento consistente e sólido que respeite a terra e as tradições alentejanas, para que “a Quinta do Paral seja uma marca de referência mundial”, para isso – atesta Luís -, “cada um tem que tocar bem o seu ins­trumento para que a música seja única”. Como uma orquestra.

Vinho premium, azeite, experiências de luxo: os produtos e serviços do Paral

A Quinta do Paral já é paragem obrigatória no mapa do enoturismo português. Além do azeite premium que produzem; do hotel de charme que abriu portas em junho deste ano, o The Wine Hotel, que celebra o “quiet luxury” aliado à tradição alentejana e integra a rede Leading Hotels of the World; é na produção de vinhos ímpares “apenas de uvas próprias e pro­venientes 100% de uvas das vinhas plantadas na re­gião da Vidigueira” – refere Maria Pica -, com práticas sustentáveis, que a grande estrela deste projeto se destaca.

Os vinhos da Quinta do Paral dividem-se em vá­rios segmentos, entre eles o segmento “Reserva” que deu a oportunidade a Luís Leão – ou o desafio “nada fácil” -, de “usar castas internacionais e dar-lhe a identidade dos vinhos da Vidigueira”, e exemplo dis­so é o tinto com Alicante, Cabernet Marselan e Mal­bec e o branco com Chardonnay e Sauvignon Blanc. As restantes gamas assumem identidade e carac­terísticas de vinhos DO Vidigueira, “com destaque para os vinhos Quinta do Paral Vinhas Velhas, onde as variedades autóctones Antão Vaz e Tinta Grossa se destacam”.

“Sobre o futuro, espera-se o melhor. (…)Referem a importância de novos lançamentos e criação de experiências – “porque as marcas não podem estagnar”, atesta maria.”

Por “razões emocionais”, Luís escolhe em primei­ro lugar o vinho Quinta do Paral Origem Antão Vaz, quando pedimos para seleccionar 3 vinhos da Quin­ta: “tenho muitos anos detrabalho com esta casta, sem falsas modéstias di­ria que sou o enólogo que mais quilos de uva vini­ficou desta variedade, por isso o carinho que tenho por ela”. Já Maria Pica opta por “um vinho de parti­lha, para ser consumido entre amigos à mesa”, como é o caso do Quinta do Paral Rosé, “cheio de cor, fruta vermelha, um vinho extraordinário para uma sardi­nhada com amigos”, sugere.

Sobre o futuro, espera-se o melhor. Se, por um lado, referem a importância de novos lançamentos e criação de experiências – “porque as marcas não podem estagnar”, atesta Maria -, por outro, os enó­logos mantêm também viva essa chama da criação, colheita após colheita, onde procurar “criar vinhos que reflitam o esplendor do terroir da Vidigueira e que são parte da identidade da nossa marca”.

“Em breve outro projeto irá surgir, não vou revelar já”, finaliza Luís

“Em breve outro projeto irá surgir, não vou reve­lar já”, finaliza Luís. Aguardemos novidades, como – ano após ano -, esperamos romanticamente a matu­ração da uva e a preparação da sua vindima.

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