Monção e Melgaço: onde o Alvarinho se transforma em arte líquida

O Minho encanta com a frescura dos rios e o verde exuberante das montanhas e socalcos, em perfeita harmonia. É nesta paisagem que nasce a casta Alvarinho, considerada a mais nobre das uvas brancas. Entre as nove sub-regiões que compõem a Região dos Vinhos Verdes, a sub-região de Monção e Melgaço é a que está…
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O Minho encanta com a frescura dos rios e o verde exuberante das montanhas e socalcos, em perfeita harmonia. É nesta paisagem que nasce a casta Alvarinho, considerada a mais nobre das uvas brancas.
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O Minho encanta com a frescura dos rios e o verde exuberante das montanhas e socalcos, em perfeita harmonia. É nesta paisagem que nasce a casta Alvarinho, considerada a mais nobre das uvas brancas.

Entre as nove sub-regiões que compõem a Região dos Vinhos Verdes, a sub-região de Monção e Melgaço é a que está situada mais a norte, onde as vinhas emparceladas, o relevo das encostas e dos vales cultivados, formam uma tapeçaria natural que é fruto de séculos de trabalho árduo e engenho humano.

Monção e Melgaço destacam-se pela produção de vinhos encorpados, complexos e de carácter mineral, com grande potencial de guarda. Além do icónico Alvarinho, a região produz também Vinhos Verdes brancos, tintos, rosados, espumantes e aguardentes. A elevada qualidade destes vinhos é atribuída ao bom uso das castas nativas, dos solos graníticos e do microclima atlântico temperado com influência continental, aliados a uma enologia de elevada competência. Protegidas por uma cintura montanhosa, as vinhas estão resguardadas dos ventos marítimos. Isto resulta em invernos frios e chuvosos e verões quentes e secos, criando as condições ideais para a produção de vinhos diferenciados.

A sub-região vinícola é amplamente reconhecida pela produção de alguns dos melhores Vinhos Verdes, especialmente o Alvarinho, que ocupa 1.520 dos 1.821 hectares de vinha. Graças ao trabalho de 2.199 viticultores, num conjunto de 270 marcas com indicação Monção&Melgaço, esta sub-região produz anualmente 10 milhões de litros de vinho com Denominação de Origem (DO), consolidando-se como uma das principais referências vinícolas de Portugal.

 Um terroir singular

Para ser certificado com a Denomi­nação de Origem “DO Vinho Verde”, o vinho tem de ser produzido na Região Demarcada dos Vinhos Ver­des. Estabelecida em 1908, é uma das mais antigas de Portugal e da Euro­pa. Com presença em mais de 100 mercados de exportação, a maior região vitivinícola portuguesa em termos de área total produziu mais de 96 milhões de litros, em 2023. Atualmente, integra nove sub-re­giões regulamentadas pela Comis­são de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, onde pontifica Mon­ção & Melgaço. Com características geográficas, climáticas e vinícolas únicas, este é um dos terroirs mais emblemáticos para a produção de vinhos brancos de classe mundial.

Entre os especialistas e enólogos, a opinião sobre os vinhos brancos de Monção e Melgaço é habitualmente unânime. Além da sua versatilidade, revelam-se harmoniosos, evoluindo de aromas de frutas cítricas para sa­bores mais complexos, com notas de mel e frutas maduras, enquanto pre­servam a frescura e a acidez naturais.


Dados da Sub-região Moção & Melgaço
Produção média anual:
– 10 milhões de litros (85% Vinhos Brancos)

Área Total de Vinha:

– 1821 ha

Área de Casta Alvarinho:

– 1520 ha

Nº de Viticultores:

– 2199

Marcas:

– 270

Alvarinho, a casta-rainha

Monção & Melgaço é especialmente reconhecida como o berço da casta Alvarinho, que representa 92% da produção de uvas brancas. As castas Trajadura (7%) e Loureiro (1%) têm menor expressão na área total de vi­nha para DO, que é maioritariamente ocupada por castas brancas (90%). As principais castas tintas, Pedral, Alva­relhão, Borraçal e Vinhão represen­tam apenas 10% da área total de vinha plantada para DO.

Os vinhos Alvarinho distinguem­-se pelo aroma intenso e complexo, com elevado potencial de guarda e uma estrutura notável. Quando jo­vens, apresentam uma tonalidade clara e pouco intensa de amarelo­-palha, com sabores predominan­temente frutados e cítricos. Com o envelhecimento, os vinhos ganham corpo, desenvolvem tons mais quen­tes e sabores ricos, com notas de mel e frutas maduras, revelando maior complexidade.

Este perfil faz do Alvarinho uma escolha muito versátil para harmo­nizações gastronómicas com pratos da culinária local, como o Cordeiro à Moda de Monção, uma das “7 Ma­ravilhas Gastronómicas de Portugal”. Graças à típica acidez e ao baixo teor alcoólico, o Alvarinho de Monção e Melgaço combina especialmente bem com frutos do mar, peixes gor­dos como salmão ou sardinha, pratos de bacalhau, ceviches e ostras. Tam­bém harmoniza com alguns cortes de carne de porco, aves, risotos com queijo, saladas e culinária japonesa, seja sushi ou sashimi.

Qualidade superior e autenticidade

Sinónimo de Minho, o vinho verde identifica a região em todo o mundo, mas são os vinhos da casta Alvari­nho, certificados com o selo Monção & Melgaço, que colocam esta sub­-região no pináculo da excelência dos Vinhos Verdes. Em família, com amigos ou a solo, venha descobrir a região que deu nome a um dos mais prestigiados vinhos portugueses. Mais do que uma sub-região viníco­la, Monção e Melgaço é um território de tradição, inovação e paixão, onde a natureza e a arte de fazer vinho se conjugam para criar experiências inesquecíveis em cada garrafa.

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