Na lista de 2024 dos maiores patrimónios de Portugal, os sete descendentes do empresário Alexandre Soares dos Santos, falecido em 2019, viram a sua fortuna cair face à avaliação de 2023, descendo para terceira posição do ranking nacional. Assim, à data da avaliação a riqueza familiar ascendia a 2.942 milhões de euros.
Este é um dos casos em que os patrimónios sobem e descem ao sabor da cotação das ações, uma vez que o seu maior ativo é a participação maioritária da família na Sociedade Francisco Manuel dos Santos, dona de cerca de 56% da Jerónimo Martins, empresa cotada em bolsa. As ações do grupo nacional cotavam a 18,19 euros no dia 2 de dezembro, data da avaliação da Forbes Portugal, tendo o seu valor caído quase 21% face à avaliação de 2023. No ano passado as ações negociavam a 21,30 euros, valor muito idêntico ao da cotação registada em 2022, mas, mesmo assim, muito acima dos cerca de 10 euros que este papel valia em janeiro de 2019.
Donos da Arica Holding, cujo principal ativo é a Jerónimo Martins, a família Soares dos Santos foi avaliada em 2.942 milhões de euros no inicio de dezembro do ano passado.
Assim, os milionários da sociedade familiar – que inclui vários descendentes do fundador, primos de Alexandre Soares dos Santos -, estão este ano menos ricos, ainda que os cinco ramos familiares se mantenham no top 50. O que não é de estranhar, já que capitalização bolsista da Jerónimo Martins ultrapassa os 11 mil milhões de euros, sendo uma das grandes empresas nacionais na bolsa, a par com a Galp e a EDP.
Vendas da Jerónimo Martins cresceram 20%
Pedro Soares dos Santos, presidente do Conselho de Administração da Jerónimo Martins, é o representante da família na empresa cotada, dona da rede de retalho Pingo Doce, entre outras marcas. Em 2023, o grupo Jerónimo Martins viu as suas vendas crescerem cerca de 20%, para os 30,6 mil milhões de euros, seguindo a mesma linha de crescimento do ano anterior, e emprega cerca de 134 mil trabalhadores em todas as geografias onde está presente.
Com mais de 230 anos de história, o grupo teve origem numa mercearia da capital, fundada por um jovem galelo, Jerónimo Martins, que fornecia na época a casa real. Contudo, foi pela mão de Alexandre Soares dos Santos que o pequeno negócio deu origem ao império da distribuição que é atualmente.
A revista Forbes Portugal lançou a sua lista na edição de dezembro/janeiro, agora em banca. Conheça também aqui a análise feita às maiores fortunas nacionais, a metodologia aplicada nas avaliações e também o top10 das maiores fortunas nacionais.