Happiness Works: saiba quais os setores mais felizes

O estudo Happiness Works (happinessworks.pt) avalia desde 2012 a felicidade dos profissionais em Portugal através da aplicação de modelos ajustados à realidade portuguesa. Passados estes anos, uma das conclusões a retirar desta análise é que não são necessários investimentos avultados para garantir a felicidade dos colaboradores. Uma liderança que entenda este conceito é meio caminho…
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O estudo Happiness Works revela que o nível de felicidade organizacional está a crescer, sendo de 3,9 em 2024. Comunicação e informação, financeiro e seguros e indústria são os setores no Top3.
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O estudo Happiness Works (happinessworks.pt) avalia desde 2012 a felicidade dos profissionais em Portugal através da aplicação de modelos ajustados à realidade portuguesa. Passados estes anos, uma das conclusões a retirar desta análise é que não são necessários investimentos avultados para garantir a felicidade dos colaboradores. Uma liderança que entenda este conceito é meio caminho andando para se fazer a diferença.

De acordo com o cofundador do estudo Happiness Works, Georg Dutschke, “ao longo destes 13 anos em que estudamos a felicidade organizacional, aprendemos que, na maior parte das vezes, não é necessário um grande investimento monetário para ter colaboradores mais felizes”. Georg Dutschke realça que basta “apenas, uma liderança que entenda o conceito, o pense estrategicamente, e garanta que as chefias intermédias o promovem no dia a dia”.

Neste percurso para se medir a felicidade organizacional, já participaram no estudo cerca de 57 mil profissionais de 440 organizações. Com base nos indicadores recolhidos, Georg Dutschke revela que o nível de felicidade organizacional “tem vindo a crescer, sendo 3,9 em 2024 (escala de 1. Muito infeliz a 5. Muito feliz)”. Esta evolução é justificada com a “maior importância da gestão do bem-estar nas organizações e uma alteração estratégica na gestão dos colaboradores, de recursos humanos para pessoas”, explica a mesma fonte.

Numa altura em que os setores competem entre si na captação de talento, Georg Dutschke salienta que “naturalmente, os profissionais procuram, primeiro, os setores onde podem ser mais felizes”. Com base nesta premissa o estudo avalia também quais os setores que mais se preocupam com a felicidade dos colaboradores. O Happiness Works segmenta os setores de forma idêntica desde o seu início em 2012. Por isso, é possível “realizar análises longitudinais e entender melhor a evolução e contribuição dos setores para a felicidade organizacional em Portugal”, detalha o cofundador do estudo. A conclusão é que há três setores se têm destacado na promoção da felicidade organizacional: comunicação e informação, financeiro e seguros e indústria.

Ao longo destes anos verifica-se que o setor comunicação e informação foi “o que mais contribuiu para o crescimento da felicidade organizacional, com destaque para as empresas de TI, as que mais têm procurado implementar políticas de bem-estar junto dos seus colaboradores”. Este setor é caraterizado por ter uma idade média baixa, sendo que os profissionais mais jovens valorizam, em primeiro lugar, o bem-estar profissional e pessoal.

O setor financeiro e seguros destaca-se pela evolução que registou nos últimos 13 anos. No arranque do estudo, “era um setor envelhecido e em grande reestruturação. Hoje, a maioria das empresas é mais digital, mais moderna e existem novos modelos de negócio são baseados em tecnologia (fintechs) que oferecem o equilíbrio trabalho/família procurado pelos profissionais, também, através do trabalho remoto”, salienta a mesma fonte.

No terceiro lugar dos setores que mais contribuíram para o crescimento da felicidade organizacional em Portugal está a indústria. “É muito curiosa, e relevante, esta evolução. Não é simples em profissões mais repetitivas e pouco flexíveis, conseguir trabalhar o bem-estar dos colaboradores”, alerta Georg Dutschke. No entanto, refere que “sendo fundamental atrair talento, as organizações procuraram políticas que o permitissem, como, entre outras, a melhor gestão de turnos, que proporcionem mais um dia livre por semana: se em quatro dias trabalhar mais duas horas, é possível ter mais um dia livre ou um melhor ajuste às necessidades pessoais. Quem tem filhos pode entrar mais cedo e sair a tempo de os ir buscar. Quem não tem filhos pode entrar mais tarde”.

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