A pandemia trouxe uma revolução no mundo laboral com a adoção do trabalho remoto a ganhar terreno. Face a este cenário, o estudo Happiness Works considerou “importante avaliar o nível de felicidade organizacional em função do local de trabalho. Apenas remoto, híbrido ou presencial”, explica o cofundador do estudo Happiness Works, Georg Dutschke.
O cofundador do estudo Happiness Works salienta que, com base nos dados, conclui-se o nível de felicidade organizacional “tem vindo a decrescer nos profissionais que apenas trabalham remotamente (de 4,2 em 2022 para 3,9 em 2024) e a crescer naqueles que trabalham sempre presencialmente (3,7 em 2022 para 4,0 em 2024)”.
Georg Dutschke detalha que esta evolução em sentido oposto, do remoto para o presencial, “demonstra que os profissionais privilegiam o estar fisicamente no local de trabalho e não apenas sempre sozinhos, sem a possibilidade de socializar com os seus colegas”.
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Uma das conclusões desta análise, refere que o formato de trabalho mais apreciado é o híbrido, já que, é aquele que “permite melhor ajustar a vida pessoal e familiar, mas, também, não perder o contato físico com a empresa e colegas. O cofundador do estudo destaca que este formato “é mais apreciado por quem tem boas condições para trabalhar remotamente (espaço e tranquilidade) e menos quem não tem locais de trabalho (a maioria, casa) onde possa estar isolado e sem ruído”. E salienta que “obriga a uma maior capacidade de concentração e autonomia. Quem não consegue gerir bem o seu tempo e diferenciar entre trabalho e lazer, tem mais dificuldade em trabalhar remotamente”.
Quando se analisa, com mais detalhe, as mais e menos valias do trabalho presencial versus híbrido versus remoto, é possível também retirar conclusões interessantes. De acordo com Georg Dutschke, quem trabalha presencialmente, “sente-se mais integrado com a organização (estou realizado, faço o que gosto, sou respeitado, sinto estabilidade e segurança), mas sente que os processos poderiam ser mais organizados (quem trabalha remotamente tem mais autonomia na gestão do seu processo de trabalho), tem mais dificuldade em conseguir um equilíbrio trabalho/vida pessoal e sente que as condições financeiras não são as melhores (tem o custo da deslocação e refeições)”.
Com base na mesma análise fica “claro que o trabalho híbrido é a opção mais apreciada pelos profissionais pois permite melhor ajustar a vida profissional/pessoal, minorar os custos de deslocação e refeições, mas permite manter o contato físico com a empresa e colegas”. Esta opção traduz-se “numa menor vontade de sair da organização. Quem trabalha em formato híbrido ou presencial tem -10% vontade de sair da organização do que quem trabalha apenas remotamente”.
No entanto, o mesmo responsável realça que “o trabalho em formato híbrido deve ser entendido como um meio e não um fim. Na realidade, os profissionais procuram horários flexíveis que lhes permitam ajustar a vida profissional/pessoal. Por esta razão, o conceito de híbrido não é consensual”. Este modelo de trabalho pode ter diferentes soluções como: parte do dia presencial e parte em remoto, alguns dias por semana remotamente e outros presencialmente, horários personalizados que permitem a cada colaborador decidir como trabalhar.
A edição de 2025 do estudo Happiness Works, que avalia o nível de felicidade organizacional, já está no terreno em parceria com a Forbes Portugal. Os vencedores serão conhecidos a 29 de maio.