Opinião

Felicidade Organizacional como ferramenta de gestão

Georg Dutschke

A felicidade organizacional é um conceito que tem vindo a ganhar importância nos últimos anos devido ao impacto positivo na rentabilidade das organizações. Diferentes autores têm procurado conceptualizar a felicidade organizacional, entre outros, Bakker (2011) refere a felicidade organizacional como um conceito multidimensional, no qual o profissional está satisfeito com o seu trabalho e experimenta emoções positivas frequentes, como alegria e felicidade, e emoções negativas pouco frequentes como tristeza e raiva.

A felicidade organizacional deve ser consequência de um pensamento estratégico e não, apenas, um somatório de ações que promovem o bem-estar dos colaboradores. Para implementar culturas de felicidade organizacional é importante seguir alguns passos:

  1. Realizar um diagnóstico que permita avaliar o nível de felicidade organizacional, identificar os pontos fortes e fracos e, depois, implementar ações que promovam, estrategicamente, uma cultura de felicidade organizacional. É fundamental ouvir os colaboradores através de ferramentas de diagnóstico validadas cientificamente, que permitam quantificar os níveis de felicidade organizacional, entender os momentos e desejos que promovem a felicidade na organização e na função desempenhada.
  2. Sendo conhecidos os níveis de felicidade organizacional e expetativas dos colaboradores é o tempo de passar à ação e desenvolver as ações devidas. Nesta fase é muito importante envolver os colaboradores na identificação das ações a implementar e respetivos tempos (datas).
  3. Por fim, é fundamental medir o resultado das ações implementadas e o impacto no nível de felicidade organizacional, para validar as bem-sucedidas e corrigir as que originaram menor impacto

Existem fatores que são críticos para a promoção da felicidade organizacional como o tempo e o bem-estar pessoal e familiar. As organizações que pretendam ter colaboradores felizes devem ter em atenção estes fatores ou considerarem um passo adicional, ajudarem os seus colaboradores a desfrutar a vida.

O conceito, ajudar a desfrutar a vida, é mais abrangente e difícil de implementar, mas fará a verdadeira diferença num futuro próximo. A vida profissional é, cada vez mais, considerada como um meio para ter a vida pretendida.  As organizações que o entendam e consigam conciliar estas vontades, terão, seguramente, colaboradores mais felizes e com menos vontade de sair.

Sugestões de leitura sobre felicidade organizacional:

  • https://happinessworks.pt/
  • Bakker, A. and Oerlemans, W. (2011), “Subjective well-being in organizations”, in Cameron, K.S. and Spreizer, G. (Eds), The Oxford Handbook of Positive Organizational Scholarship, Oxford University Press, New York, NY, pp. 178-189.
  • Dutschke, G., Dias, A., Guillen, C. and Sánchez-Sevilla, S. (2024). Factors contributing for organizational happiness. European Journal of International Management. Vol. 22, No. 3.
  • Dutschke, G., Jacobsohn, L., Dias, A. and Combadão, J. (2019). The job design happiness scale (JDHS). Journal of Organizational Change Management. Vol. 32 No. 7, pp. 709-724.

 

 

Georg Dutschke,
Co-Fundador do estudo Happiness Works

Artigos Relacionados