Mercadona investiu mil milhões de euros em Portugal e já fatura quase 1,8 mil milhões

A Mercadona, rede de supermercados de origem espanhola fundada em 1977, chegou em força ao mercado nacional, abrindo a primeira loja em 2019, baralhando as contas da distribuição nacional. Há décadas que o mercado português era dominado pelo duopólio dividido entre a Sonae, com a marca Continente, e a Jerónimo Martins, com a marca Pingo…
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Presente em Portugal há cinco anos, a cadeia espanhola de supermercados registou lucros pela primeira vez no território nacional, de cerca de 7 milhões de euros. Para o ano vai investir mais 157 milhões de euros e abrir mais 10 novas lojas, duas delas em Lisboa.
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A Mercadona, rede de supermercados de origem espanhola fundada em 1977, chegou em força ao mercado nacional, abrindo a primeira loja em 2019, baralhando as contas da distribuição nacional. Há décadas que o mercado português era dominado pelo duopólio dividido entre a Sonae, com a marca Continente, e a Jerónimo Martins, com a marca Pingo Doce, apesar de outras redes internacionais terem tentado várias vezes abrir caminho.

Aos poucos a marca fundada pelo casal Francisco Roig Ballester e Trinidad Alfonso Mocholí, primeiro tendo como base uma rede de talhos e depois de mercearias, foi ganhando terreno no país vizinho, tornando a família Roig uma das mais ricas de Espanha: Juan Roig, 75 anos, presidente e acionista, é o quarto mais rico do país, segunda a lista da Forbes Internacional, com uma fortuna de 6,3 mil milhões de dólares (cerca de 5,76 mil milhões de euros).

Em 2024, a empresa espanhola investiu 219 milhões de euros em Portugal, e estima, para 2025, um investimento de mais 157 milhões de euros e a abertura de 10 novas lojas, duas delas na capital, onde ainda não tinha nenhum espaço.

A empresa anunciou hoje que o seu volume de negócios já alcançou os 38,8 mil milhões de euros no final de 2024, valor que representou um acréscimo de 9% face às vendas de 2023. Porém, o mais relevante do exercício de 2024 foi mesmo o crescimento histórico da sua rentabilidade, que refletem uma melhoria da gestão, produtividade e eficiência. O lucro da empresa alcançou 1,38 mil milhões de euros de lucro líquido, um crescimento de 37% face a 2023, mas dos quais foram reinvestidos cerca de 80% (cerca de 1,1 mil milhões de euros) no negócio. Os restantes 20% foram distribuídos em dividendos pelos acionistas. O grupo Mercadona alcançou uma equipa total de 110 mil trabalhadores, criando de 6 mil novos postos de trabalho durante o ano transato.

Portugal, um mercado em ascensão

Deste volume de negócio, cerca de 1.778 milhões de euros correspondem à atividade da empresa no território nacional, com a designação Irmãdona Supermercados, negócio que cresceu cerca de 27%. Mais de cinco anos depois de ter inaugurado a primeira loja em Portugal, em Vila Nova de Gaia, e mais de mil milhões de investimento depois, a Mercadona alcançou um resultado líquido de 7 milhões de euros no país, sendo a operação lucrativa pela primeira vez. São já 60 lojas a operar, num universo de 1.674 que faziam parte da rede de supermercados no final de 2024. Segundo a marca, foram criados 7 mil novos postos de trabalho neste período e comprou cerca de 1,4 milhões de euros de bens a fornecedores nacionais.

A família Roig, fundadora da rede Mercadona, é uma das mais ricas de Espanha: Juan Roig, 75 anos, é o quarto mais rico do país, segunda a lista da Forbes Internacional, com uma fortuna de 6,3 mil milhões de dólares (cerca de 5,76 mil milhões de euros).

Em 2024, a empresa espanhola investiu 219 milhões de euros em Portugal, e estima, para 2025, um investimento de mais 157 milhões de euros e a abertura de 10 novas lojas, duas delas na capital, onde ainda não tinha nenhum espaço.

A empresa anunciou ainda que lançou a iniciativa “Alcem-se!” (Levantemo-nos), com o objetivo de apoiar as vítimas da depressão Dana, para o qual canalizou 108 milhões de euros. Destacam-se ações como a reabertura de lojas e armazéns, ajudar a comunidade com doações, a recuperação de espaços danificados, ou também as ajudas económicas destinadas tanto aos colaboradores afetados como a negócios da zona.

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