A espera acabou finalmente: a Fórmula 1 está de volta! E se por acaso não a reconhece, é porque na hora de atribuir uma palavra ao ano de 2025, a categoria-rainha escolheu ‘mudança’.
O aviso ficou dado no ano passado, eram vários os pilotos em final de contrato e, por consequência, vários os lugares que poderiam mudar de dono. O resultado? Apenas duas equipas continuam com a mesma dupla de pilotos. A campeã McLaren regressa com Lando Norris e Oscar Piastri, enquanto a Aston Martin continua com Fernando Alonso e Lance Stroll. Todos os outros ou saíram ou mudaram de equipa. E vários chegaram pela primeira vez.
Dos 20 pilotos, cinco são rookies. A próxima geração da Fórmula 1 está representada por Andrea Kimi Antonelli, Jack Doohan, Ollie Bearman, Gabriel Bortoleto e Isack Hadjar. “É mesmo bom ter novas caras na grelha”, diz Leonor Passinhas, digital host na DAZN e no FlyingLapF1. “O foco estará em Kimi Antonelli, que tem muita expetativa em cima, principalmente por estar a entrar logo para a Mercedes. No entanto, um nome que não se ouve falar tanto é o de Isack Hadjar e acredito que pode ser uma surpresa. Depois de Yuki Tsunoda ter ficado ‘fragilizado’ por não ter sido escolhido para piloto número 2 da Red Bull, vai querer dar tudo e Isack não vai querer ficar muito
atrás do colega de equipa, acredito que possam vir a ser uma equipa que vai dar muito que falar”.

Mas a mudança maior foi protagonizada pelo sete vezes campeão mundial Lewis Hamilton, que agora representa a Ferrari. O cenário que na altura parecia o menos provável começou a ganhar força na manhã de 1 de fevereiro de 2024 e ao longo do dia acabou por ser confirmado pela Mercedes, equipa que o piloto representou entre 2013 e 2024. A transferência surge numa altura em que a icónica equipa italiana procura regressar ao primeiro lugar do pódio da Fórmula 1 e Hamilton vai em busca do seu histórico oitavo título mundial – que em 2021 só não venceu devido a uma polémica decisão de Michael Masi.
A mudança de Hamilton levou a mexidas em outras duas equipas. Com a sua chegada, Carlos Sainz ficou sem lugar e este ano veste as cores da Williams, ao lado de Alex Albon. Para o lugar de Hamilton, a Mercedes contratou Kimi Antonelli.
“Acho que estamos todos curiosos para perceber a dupla da Ferrari, se vai resultar ou não, pois Lewis vai com um propósito e [Charles] Leclerc se tiver oportunidade de finalmente lutar pelo seu primeiro título não vai facilitar, por mais que sejam muito amigos fora da pista. Mas também estou de olho na Alpine, porque parecem um pouco perdidos e estes rumores de trocar Jack Doohan por Franco Colapinto, quando ainda nem começou a temporada, podem afetar. Pode ser que, com novos pilotos, tragam algo de inesperado”, disse Leonor quando questionada sobre as mudanças que poderão ser mais impactantes este ano.
🗺️ Quantas corridas?
O número recorde do ano passado parece ter vindo para ficar: em 2025 serão novamente 24 corridas no calendário da Fórmula 1.
“Eu diria que 24 corridas acaba por ser desafiante. Não só a nível físico mas a nível mental tem um grande impacto, tanto para as equipas como para os pilotos. Por um lado, mais corridas significa mais espetáculo e mais ação, mas também pode acabar por saturar e tornar tudo menos especial”, defende Leonor.
⏰ Quando e onde?
Este ano a temporada de Fórmula 1 começa na Austrália, com a primeira corrida marcada para 16 de março. O campeonato só vai terminar no final do ano, com a última corrida marcada para 7 de dezembro, em Abu Dhabi.
O calendário inclui um total de 21 países dos cinco continentes. Pistas clássicas como Silverstone, Spa e Suzuka, combinadas com adições mais recentes, incluindo Las Vegas, Miami e Arábia Saudita.
Conheça o calendário completo: Austrália (16 de março), China (23 de março), Japão (6 de abril), Bahrain (13 de abril), Arábia Saudita (20 de abril), Miami (4 de maio), Ímola (18 de maio), Mónaco (25 de maio), Espanha (1 de junho), Canadá (15 de junho), Áustria (29 de junho), Reino Unido (6 de julho), Bélgica (27 de julho), Hungria (3 de agosto), Países Baixos (31 de agosto), Monza (7 de setembro), Azerbaijão (21 de setembro), Singapura (5 de outubro), Austin (19 de outubro), México (26 de outubro), Brasil (9 de novembro), Las Vegas (22 de novembro), Qatar (30 de novembro) e Abu Dhabi (7 de dezembro).
💨 Quantas corridas de sprint?
China, Miami, Bélgica, Austin, Brasil e Qatar foram selecionados como os eventos que irão acolher as corridas de sprint. O formato não deverá sofrer alterações: realiza-se uma sessão de treinos, seguida da qualificação para o sprint na sexta-feira à tarde, o sprint no sábado de manhã, com a qualificação habitual no sábado à tarde e o Grande Prémio no domingo.
📈 O que mudou na pontuação?
Até aqui, o piloto com a volta mais rápida da corrida ganhava um ponto extra, mas este ano esse ponto já não existe. “Dava sempre alguma emoção no fim das corridas, com equipas a tentarem fazer voltas rápidas nos últimos instantes. No entanto, depois da polémica em Singapura no ano passado, onde Daniel Ricciardo retirou a volta mais rápida a Lando Norris, supostamente beneficiando a Red Bull, percebo a decisão da FIA”, diz Leonor.
📺 Como ver?
Em Portugal, a DAZN é a plataforma de streaming oficial da Fórmula 1. Há ainda a possibilidade de assistir à competição através da F1TV.
🏎️ Que equipas?
McLaren: Lando Norris e Oscar Piastri
Ferrari: Lewis Hamilton e Charles Leclerc
Red Bull: Max Verstappen e Liam Lawson
Mercedes: George Russell e Andrea Kimi Antonelli
Aston Martin: Fernando Alonso e Lance Stroll
Alpine: Pierre Gasly e Jack Doohan
Haas: Esteban Ocon e Oliver Bearman
Racing Bulls: Yuki Tsunoda e Isack Hadjar
Williams: Alex Albon e Carlos Sainz
Sauber: Nico Hulkenberg e Gabriel Bortoleto
🏆 Quem venceu em 2024?
Max Verstappen é o atual campeão mundial de Fórmula 1 e entra em 2025 com o objetivo de vencer o seu quinto título consecutivo de pilotos. Apenas Michael Schumacher conseguiu este feito.
Em relação ao campeonato de construtores, no ano passado foi a McLaren que levantou o troféu, algo que não acontecia deste 1998.
💫 Quem são os favoritos?
“Acho que vamos ver novamente a Mclaren e a Ferrari a lutar pelo título. No entanto, tudo depende se Liam Lawson vai conseguir fazer um trabalho melhor que Sergio Pérez fez no ano passado para ajudar Max Verstappen. A Mercedes é uma incógnita com Antonelli, mas não os descartava ainda”, defende a digital host.
Em relação aos pilotos, é certo que Verstappen vai em busca do seu quinto título mundial e Hamilton procura o oitavo, mas o nome que mais tem reunido consenso entre os fãs da modalidade é Lando Norris, que quer vencer o seu primeiro título depois de ter estado perto no ano passado.
🎧 Houve mais mudanças importantes?
Além do movimento de pilotos, houve uma outra mudança que deu muito que falar. O engenheiro Adrian Newey, ex-diretor técnico da Red Bull e um dos nomes responsáveis pelo sucesso da equipa nos últimos anos, mudou-se para a Aston Martin.
“Se há alguém que pode mudar o jogo, é o Newey. Alonso e Lawrence Stroll [dono da equipa] vão estar em cima dele porque querem resultados imediatos. A Red Bull dominou muito graças a ele, por isso se a Aston Martin lhe der liberdade e recursos, não me admirava nada que começassem a incomodar os da frente. Claro que não é de um ano para o outro, mas pode ser um passo gigante para a equipa”, afirma Leonor.
💰 Quem são os três pilotos mais bem pagos da grelha?
Segundo as últimas estimativas da Forbes, em relação à temporada 2024, Max Vertappen, Lewis Hamilton e Lando Norris estão no pódio dos pilotos mais bem pagos da categoria.
Max Verstappen | 71,65 milhões de euros

27 | Países Baixos | Red Bull
Salário: 57,32 milhões de euros | Bónus: 14,33 milhões de euros
Verstappen teve de esperar até ao penúltimo Grande Prémio da época, em Las Vegas, para garantir o campeonato de pilotos, quatro corridas mais tarde do que quando o conquistou em 2023. Com apenas 27 anos, já levantou várias vezes publicamente a hipótese de se reformar. “Tenho um contrato até [2028]”, disse recentemente Verstappen, o piloto mais jovem de sempre a atingir 200 corridas de Fórmula 1 na carreira, à Road & Track. “Terei 31 anos no final do contrato. Claro que isso ainda é muito jovem, mas comecei quando tinha 17 anos – é muito tempo na Fórmula 1.” Verstappen acrescentou que a sua longevidade dependerá da forma como se vai divertir a conduzir um carro de F1 sob as novas especificações técnicas que começam em 2026, dizendo: “Não tenho o desejo de ganhar oito ou nove títulos”. Isso não significa que ele desistirá totalmente das corridas: Verstappen manifestou interesse em competir em corridas de 24 horas em Le Mans e Daytona, entre outros formatos de corridas de automóveis.
Lewis Hamilton | 54,46 milhões de euros

40 | Reino Unido | Ferrari (Mercedes na época passada)
Salário: 52,55 milhões de euros | Bónus: 1,91 milhões de euros
Hamilton venceu em Silverstone em julho e foi promovido a primeiro no Grande Prémio da Bélgica por causa de uma desqualificação – as suas primeiras vitórias desde 2021 – mas teve poucos outros pontos brilhantes numa frustrante temporada final com a Mercedes que o viu afundar para sétimo na classificação. O sete vezes campeão de Fórmula 1 disse aos repórteres que “subestimou enormemente o quão difícil seria” deixar a Mercedes, a sua casa nos últimos 12 anos. A sua mudança para a Ferrari une o piloto mais talentoso do desporto à sua equipa mais venerada, e as marcas estão a tomar nota. Já se começou a especular que Hamilton – que tem relações de longa data com patrocinadores, incluindo a Tommy Hilfiger – poderia atrair novos dólares de marketing para a equipa italiana.
Lando Norris | 33,43 milhões de euros

25 | Reino Unido | McLaren
Salário: 11,46 milhões de euros | Bónus: 21,97 milhões de euros
Lando Norris não foi capaz de ultrapassar Verstappen no título de pilotos, mas com 13 subidas ao pódio em 2024, teve um papel importante na condução da McLaren a um inesperado campeonato de construtores, o primeiro da equipa desde 1998. “Provavelmente não estava totalmente preparado para enfrentar a Red Bull e o Max”, disse aos jornalistas no final do ano passado. “Mas penso que o que fiz desde a pausa de verão está mais próximo daquilo que preciso de ser, e penso que está perto de ser suficientemente bom para lutar pelo título em 2025”. Ele terá muitos apoiantes. Norris fez uma parceria com Silverstone em setembro para criar uma “Landostand”, uma bancada dedicada na Curva 15 para o Grande Prémio da Grã-Bretanha em julho de 2025. Os fãs compraram todos os 10 mil bilhetes – com um preço aproximado de 570 euros por três dias de entrada – em menos de duas horas.