A Casa que ajuda a manter os vinhos de Portugal entre os melhores do mundo

Este negócio de família vem mantendo o nome de Portugal entre os melhores produtores ao receber as maiores distinções e este ano não é exceção. Leonor e Joana, mãe e filha, são as atuais dirigentes da Casa. Nesta entrevista, contam-nos um pouco da história e daquilo que as move. Os vinhos Casa Ermelinda Freitas são…
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A Casa Ermelinda Freitas tem provado e comprovado o seu amor pelo mundo vitivinícola.
Forbes LAB

Este negócio de família vem mantendo o nome de Portugal entre os melhores produtores ao receber as maiores distinções e este ano não é exceção. Leonor e Joana, mãe e filha, são as atuais dirigentes da Casa. Nesta entrevista, contam-nos um pouco da história e daquilo que as move.

Os vinhos Casa Ermelinda Freitas são reconhecidos pela sua excelên­cia em praticamente todo o mundo. A quê, ou a quem, se deve tanta qua­lidade?

A qualidade nunca vem de um só fa­tor. Há que salientar a região em que estamos inseridos (Setúbal) e as pes­soas que trabalham as vinhas, com uma palavra especial para o enólogo Jaime Quendera que, com os nossos colaboradores, tira o máximo de cada casta e de cada tipologia de vinho. Sem esquecer a afetividade que exis­te entre nós, família e colaboradores, que damos tudo para oferecer sempre o melhor vinho e a melhor relação qualidade preço.

São a quarta e a quinta gerações da Casa Ermelinda Freitas. Como enca­ram esta responsabilidade?

Encaramos com a gratidão, o amor e a responsabilidade de corresponder a quem nos tem ajudado, ao adquirir os nossos produtos. Não esquecemos o esforço que fizeram as gerações de mulheres antes de nós, em tempos mais difíceis do que os nossos.

O que destaca do caminho até pro­duzir o melhor tinto do mundo?

Partimos com duas castas — Fernão Pires (vinhos brancos) e Castelão (vi­nhos tintos) — e fomos acrescentando outras. Hoje trabalhamos com mais de 30 castas diferentes. Em 2008, no mundialmente famoso Vinalies Inter­nationales, Portugal foi distinguido com o melhor Syrah da competição, quando o nosso Syrah de 2005 foi considerado o melhor vinho tinto do mundo. Que privilégio! Que grande alegria! Que grande oferta para os consumidores e para o mundo! Que grande valorização de Portugal e da Península de Setúbal!

Não podemos deixar de realçar o facto de estarmos juntas — Mãe e filha, 4.a e 5.a gerações — a trabalhar com o mesmo objetivo.

E como fazem para manter a fasquia?

Manter a fasquia foi um grande desa­fio. Mas quisemos melhorar, trabalhar, aperfeiçoar os vinhos, sensibilizando a nossa equipa, pois a qualidade tem de começar em nós. Penso que tem resultado, pois os vinhos da Casa Er­melinda Freitas já receberam mais de 2.000 prémios a nível nacional e inter­nacional.

Estamos em plena época das vindi­mas. O que se pode esperar dos vi­nhos deste ano?

As vindimas de 2024 começaram mais cedo do que habitual, em princípios de agosto, e houve de uma quebra de quantidade nos brancos e tintos. No entanto, a sua grande qualidade per­mite-nos dizer que vamos ter vinhos de altíssimo craveiro, como há anos que não se via. Eu e a Joana somos muito dinâmicas e estão para apare­cer muitas novidades. Algumas delas já estão no mercado, como o Bocage, o Vinha do Torrão Grande Escolha Bran­co, Dona Ermelinda Garrafeira, e mais não digo, a não ser que na primavera de 2025 vamos lançar um grande vi­nho em formato Magnum (1,5 l) que, desta vez, será uma homenagem a um grande homem da nossa família.

E como está a ser 2024?

Está a ser o melhor de sempre no que toca a distinções, apesar do momento difícil para o mercado, pois há excesso de uvas e falta de consumo. Mas sabe­mos do nosso papel social na nossa região e sempre tivemos o lema que não fica uma cepa por vindimar nem uma vindima por se fazer. Este ano não fugiu à regra e comprámos todas as uvas que pudemos aos nossos for­necedores, para que ninguém ficasse com uvas por vender. Sempre o fare­mos enquanto nos for possível!

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