O satélite angolano Angosat 2 já ajuda a desenvolver atividade em áreas agrícolas. A garantia foi dada nesta quarta-feira, em Luanda, por Luciano Lupédia, chefe do Departamento de Desenvolvimento de Aplicação Espacial do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN).
O responsável, que intervinha no painel sobre “Conectividade & Transformação Digital na Gestão do Agro-negócio”, durante a conferência “Agri 3.0” organizada pela Forbes África Lusófona (FAL), explicou que o programa espacial atua, em concreto, na verificação de solos para identificar o potencial de produtividade. “Já temos o programa espacial ao serviço da agricultura, é realidade”, assegurou.
Por sua vez, o CEO da Alfa Sementeira, Mikhail Tiounine, outro participante do painel moderado por Francisco de Andrade, editor executivo da FAL, considerou o facto de “se estar hoje a falar sobre a necessidade de se criar um ecossistema digital e infraestruturas de comunicação” que fomente a inovação tecnológica nas empresas ligadas ao agro-negócio é um sinal “positivo” rumo a agricultura 3.0. “Há 10 anos esse assunto nem era motivo de debate“, lembrou.
O gestor alertou, no entanto, que apesar dos avanços registados, Angola está no leque de países “que está na cauda do movimento”, já que os financiamentos ao setor e às atividades que acoplam tecnologia à produção agrícola, teêm estado a ser mais destinadas aos países anglófonos e francófonos.
Já o docente universitário Domingos Neto, outro participante do painel, defendeu que a tecnologia e a digitalização contribuirão para que o país saia do cenário de agricultura de subsistência. O académico, afeto à Universidade Agostinho Neto, referiu que, apesar dos avanços rumo à chamada agricultura 3.0, “existe a obrigatoriedade de se falar antes da agricultura 1.0”, uma vez que “ainda temos agricultura essencialmente familiar que é essencialmente desprovida de tecnologia”, disse.