Bilionário perde controlo de império após ser considerado incapaz

A maior rede de residências séniores privada dos Estados Unidos foi administrada e esteva na posse da mesma pessoa durante mais de cinco décadas. O magnata do Tennessee, Forrest Preston, fundou a Life Care Centers of America (LCCA) em 1970 e transformou-a num gigante com mais de 200 unidades em 27 estados. Tudo mudou na…
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Fundou, era dono e dirigia há cinco décadas a maior rede privada de residências séniores dos EUA. Agora, foi considerado incapaz para estar à frente do império que criou.
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A maior rede de residências séniores privada dos Estados Unidos foi administrada e esteva na posse da mesma pessoa durante mais de cinco décadas. O magnata do Tennessee, Forrest Preston, fundou a Life Care Centers of America (LCCA) em 1970 e transformou-a num gigante com mais de 200 unidades em 27 estados.

Tudo mudou na terça-feira, dia 4 de março, após um breve julgamento no Condado de Bradley, Tennessee, que terminou com a decisão do tribunal de considerar o empresário de 91 anos mentalmente inapto para comandar o negócio de US$ 3 mil milhões em receitas (2,7 mil milhões de euros). O filho de Preston, Aubrey, de 65 anos, que foi nomeado cuidador permanente do seu pai, assumiu o controle da LCCA.

O caso

Foi Aubrey quem deu o primeiro alerta sobre o estado de saúde do seu pai em outubro passado. O filho do bilionário alegou em documentos apresentados no tribunal que Forrest estava sendo abusado e roubado pela sua esposa muito mais jovem e ex-cuidadora, Kim Phuong Nguyen Preston, com a ajuda de um alto executivo da empresa. Aubrey alegou que o casal tinha ajudado Kim a roubar recursos da Life Care, colocando o negócio em risco. Os advogados de Kim e Preston negaram essas alegações, argumentando que o bilionário estava sendo “bem cuidado.”

Um exame ordenado pelo tribunal, realizado por médicos do Vanderbilt University Medical Center, constatou que o bilionário apresentava uma “condição cognitiva de moderada a grave, que afeta a sua capacidade de gerir os seus próprios assuntos, bens e necessidades de saúde,” de acordo com um resumo do julgamento apresentado pelo advogado de Aubrey. Os documentos estão sob sigilo, pois contêm dados pessoais de saúde.

Segundo uma pessoa que estava na sala do tribunal na passada semana, a audiência durou apenas 30 minutos tendo o Juíz do Tribunal de Chancelaria do Condado de Bradley, Jerry Bryant, determinado que Forrest era incapaz, conforme a legislação estadual, e nomeado Aubrey como seu responsável legal.

Forrest Preston

“Estamos gratos pelo facto de o tribunal ter analisado os factos da situação e determinou que a curadoria é a ação correta para proteger o meu pai,” disse Aubrey numa declaração compartilhada com a Forbes. “Este tem sido um processo difícil, mas sempre se tratou de proteger o meu pai e ajudá-lo a envelhecer com dignidade. Também se trata de garantir que a Life Care e a sua empresa irmã, Century Park, estejam protegidas para o futuro.”

Segundo Bill Horton, advogado de Forrest, litígios paralelos envolvendo a esposa de Forrest, Kim, e a sua família foram resolvidos num acordo confidencial. Antes do julgamento de terça-feira, os advogados de Kim apresentaram uma resposta declarando que, caso Forrest fosse considerado “incapacitado e necessitasse da assistência do tribunal,” ela não se oporia à nomeação de Aubrey como cuidador.

Aubrey Preston, filho de Forrest Preston

Horton destacou num e-mail à Forbes que o tribunal elogiou o legado e as conquistas de Forrest Preston como um ícone da indústria de cuidados para idosos nos EUA e comentou que Aubrey terá um grande desafio pela frente.

Após o julgamento, Horton disse ao McKnight’s Long-Term Care News que o empresário aceitou o desfecho. “Qualquer pessoa que, nessa idade, tenha conquistado coisas notáveis por conta própria, como único proprietário, por anos e décadas, e tenha alcançado tanto, naturalmente sente orgulho do que construiu, tornando difícil abrir mão do controlo,” afirmou Horton. “Eu diria que ele teve alguma apreensão e algumas reservas quanto a isso, mas acredito que ele aceita o desfecho e que este seja o melhor resultado para a empresa e todos os envolvidos.”

Jemima McEvoy/Forbes Internacional

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