Ed Martin, o procurador interino do Distrito de Colúmbia, solicitou ao FBI a divulgação dos registos de vigilância de Martin Luther King Jr. mais cedo do que é exigido, argumentando que os registos que Donald Trump ordenou que fossem divulgados foram “protegidos do público durante tempo suficiente”, informou o The New York Times.
O pedido foi apresentado na segunda-feira e Martin disse que há um “forte interesse público em entender a verdade sobre o assassinato” de MLK Jr., de acordo com o Times.
Os ficheiros deviam ser selados até ao início de 2027, depois de um juiz ter decidido, em 1977, que os registos de vigilância seriam entregues aos arquivos nacionais norte-americanos e permaneceriam selados durante 50 anos, informou a CBS News.
Ed Martin também terá dito no processo que estava a dar seguimento a uma ordem executiva que Trump assinou num dos seus primeiros dias de mandato e que pedia a desclassificação de registos relacionados com os assassinatos de King, do antigo presidente John F. Kennedy e do seu irmão, o senador Robert F. Kennedy.
Quais são os registos de vigilância?
O FBI vigiou MLK Jr. sob a orientação do então diretor J. Edgar Hoover e, pelo menos em parte, devido à preocupação de que ele tivesse ligações ao comunismo, de acordo com vários relatórios. O FBI colocou escutas nos quartos de hotel de King, escutou os seus telefonemas e colocou informadores nos seus círculos mais próximos, segundo a revista Time. Não se sabe ao certo o que está nos registos selados, embora em 2019 David J. Garrow – que já tinha escrito um livro sobre King e a vigilância que o FBI lhe fazia – tenha publicado um artigo que dava uma ideia de como o FBI vigiava King e também a sua vida privada.
O que é que a família de King disse sobre a potencial divulgação dos registos?
Depois que Trump assinou a ordem executiva para desclassificar os registros, a família de King divulgou uma declaração através do Martin Luther King, Jr. Center que disse que o assassinato de King foi “uma perda familiar profundamente pessoal” e eles “esperam ter a oportunidade de obter os arquivos antes de seu lançamento público”. O reverendo Al Sharpton, que é amigo da família, disse ao The New York Times que a família tinha pedido à administração de Trump uma reunião para discutir os registos antes de serem divulgados, acrescentando: “existe a preocupação de que nem tudo nesses ficheiros seja verdadeiro”.
O que é que Trump disse sobre os registos de King?
Trump não disse muito sobre o conteúdo dos registos, embora tenha dito numa entrevista na semana passada que a divulgação dos registos que ordenou que fossem desclassificados estava “a avançar muito rapidamente”. Falando aos jornalistas depois de ter assinado a ordem executiva que pedia a divulgação dos registos sobre os assassinatos dos três homens, Trump disse: “tudo será revelado”, informou a Associated Press.
(Com Forbes Internacional/Molly Bohannon)
