O setor do luxo tem enfrentado alguns desafios nos últimos tempos. O ano de 2024 foi um ano terrível para o setor, sobretudo na Europa. Os produtores europeus estão a sentir ainda mais a desaceleração da sua atividade, com grupos como o gigante do luxo LVMH, do francês Bernard Arnaud, a ser fortemente prejudicado no mercado acionista. Este empresário europeu, que em março do ano passado era o homem mais rico do mundo, com um património de 233 mil milhões de dólares (cerca de 224 mil milhões de euros), segundo a lista dos mais ricos da Forbes, está agora nos 187,6 mil milhões de dólares (cerca de 180 mil milhões de euros), tendo caído para quinta posição do ranking.
Donald Trump anunciou a semana passada que está para breve a aplicação de tarifas de 25% na importação de produtos europeus.
Os números de vendas de marcas como a Louis Vuitton e Christian Dior, bem como a Gucci e Hermés, estiveram em queda no ano passado arrastando as valorizações das respetivas companhias. Um dos principais motivos para esta quebra de negócio prendeu-se com o fraco crescimento da China, grande consumidora do luxo europeu.
Porém, este início de ano mostrou alguns sinais de recuperação, ainda que fraco, o que poderá não ter continuidade, com a ameaça das tarifas norte americanas a ensombrar de novo este setor. Donald Trump anunciou a semana passada que está para breve a aplicação de tarifas de 25% na importação de produtos europeus.
Comissão Europeia vai reagir com firmeza às tarifas de 25%
A Comissão Europeia fez já saber que contesta este anúncio do presidente norte-americano, garantindo que está preparada para reagir com firmeza, e alertou para o “risco de fragmentação económica global”, segundo declarações do comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, em entrevista à agência Lusa. “Estamos prontos a defender as nossas empresas, os nossos trabalhadores e os consumidores destas tarifas injustificadas”, garantiu o responsável.
Esta tarifa de 25% vai encarecer os bens luxo exportados para aquele mercado, bens como todos os outros, dificultando a recuperação económica das empresas que atuam neste segmento. A previsão do valor de mercado no final de 2024 era que este atingisse 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,44 biliões de euros) no final de 2024, uma quebra de 2% face ao ano anterior, segundo um estudo da consultora Bain & Company sediada nos Estados Unidos, e da italiana Altagamma, especializada em mercado do luxo.
O mesmo estudo refere que o maior mercado do mundo para o luxo, o Japão continua ativo, a China, o segundo mercado, está em contração, e que o mercado norte-americano estava em crescimento. Porém, este mercado poderá sentir agora o efeito das políticas protecionistas de Donald Trump.
