Fábrica de cimento mais antiga do mundo quer ser a mais moderna

A primeira rede móvel privada 5G Standalone (MPN 5G SA) da Vodafone num ambiente de indústria pesada acaba de ser instalada no centro de produção da CIMPOR em Alhandra, a fábrica de cimento que a empresa destaca como sendo a mais antiga do mundo, com 130 anos de operação contínua no mesmo local. Através desta…
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Cimenteira da CIMPOR aplica conceito de Indústria 4.0, com rede 5G Standalone, que permitiu criar “gémeo digital” da fábrica com várias funções, incluindo assistência remota com realidade aumentada.
Economia

A primeira rede móvel privada 5G Standalone (MPN 5G SA) da Vodafone num ambiente de indústria pesada acaba de ser instalada no centro de produção da CIMPOR em Alhandra, a fábrica de cimento que a empresa destaca como sendo a mais antiga do mundo, com 130 anos de operação contínua no mesmo local.

Através desta infraestrutura de comunicação e de aplicações tecnológicas de última geração, apresentadas hoje na sede da CIMPOR em Lisboa, a empresa passa a poder monitorizar e manter os seus ativos de forma mais eficiente, contribuindo para otimizar custos.

A nova rede garante uma cobertura total e sem interferências, permitindo ligar sem fios inúmeros dispositivos no chão de fábrica com menor latência e maior débito no tráfego de dados e realizar operações ainda mais fiáveis e seguras.

Berkan Fidan (CTO CIMPOR Global Holdings)

A nova rede – instalada em parceria com a Ericsson – está já a suportar o funcionamento dos primeiros use cases que irão impulsionar a digitalização da fábrica de Alhandra, entre os quais a assistência remota com óculos de realidade aumentada para intervenções locais e a manutenção preditiva de equipamentos críticos – funcionalidades estas disponibilizadas pela SAP.

A CIMPOR e a Vodafone apresentaram um projeto de implementação de uma rede privada 5G Standalone para tornar as fábricas cimenteiras mais inteligentes. Alhandra é a primeira. Loulé e Souselas vão seguir-se.

Outros casos de aplicação desta tecnologia são a videovigilância inteligente de instalações, com câmaras específicas; a sensorização de alta precisão e sem fios (permitindo monitorizar o funcionamento em tempo real e detetar preventivamente falhas em equipamentos); a inspeção remota colaborativa de instalações (realizadas com recurso a drones, o que reduz tempo e gastos); e a visualização virtual de infraestruturas a partir de um digital twin (representação digital das instalações), permitindo uma visão de conjunto.

“Além destas utilizações, as possibilidades criadas por esta rede viabilizam a implementação plena de funcionalidades da Indústria 4.0, como a monitorização remota de equipamentos, a operação de dispositivos autónomos e o acompanhamento permanente dos trabalhadores durante a realização de tarefas exigentes, com recurso a alarmística”, referem em comunicado a Cimpor e a Vodafone.

Próximos meses

Depois da unidade de Alhandra, a CIMPOR, em parceria com a Vodafone, vai instalar nos próximos meses duas redes MPN 5G Standalone semelhantes nas fábricas de Souselas e Loulé, continuando a sua estratégia de transformação digital no cimenteiro.

Esta não é a primeira vez que a Vodafone leva o potencial das redes de nova geração a grandes infraestruturas industriais no País. Em abril, dotou a barragem da EDP em Castelo do Bode (central, albufeira e ambiente exterior em redor de toda a instalação) de conectividade total com tecnologia 5G, permitindo à EDP criar um laboratório vivo para teste de novas soluções tecnológicas e digitais para promover e acelerar a transição energética.

Da esquerda para a direita: Henrique Fonseca (Administrador da Unidade de Negócios Empresariais na Vodafone), Berkan Fidan (CTO CIMPOR Global Holdings), Luís Lopes (CEO Vodafone), Suat Calbiyik (Chairman CIMPOR Global Holdings), Cevat Mert (CEO CIMPOR Portugal e Cabo Verde), Eralp Tuncsoy (CFO CIMPOR Global Holdings) e Rui Luís (Technical Account Manager na Vodafone).

Antes disso, a Vodafone desenvolveu provas de conceito no Porto de Aveiro (onde uma rede privada 5G de última geração permitiu monitorizar e gerir a sua carga em tempo real, através de soluções de replicação digital e de aplicações e dispositivos de realidade virtual e realidade aumentada) ou na Symington (manutenção de equipamentos em ambiente de fábrica, com recurso a realidade aumentada), entre outras.

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