Passou pela representação e recusa deixar de lado os estudos na área do Marketing, mas quando pensa nos trabalhos mais impactantes da sua carreira, é a moda que ganha todo o destaque. “O interesse pela moda começou quando tinha 12 anos ao ver muitas fotografias da minha mãe de modelo e adorava. Já tive vários trabalhos e momentos que marcaram várias fases da minha carreira. Diria que os principais foram o meu primeiro desfile no Portugal Fashion e a minha primeira campanha internacional”, conta Francisca Cerqueira Gomes à Forbes.
Colocar ‘modelo’ na linha da profissão e não estar presente nas redes sociais é algo pouco comum hoje em dia. As duas áreas acabam por se complementar. Os tempos em que os modelos viajavam de book na mão e enfrentavam fila atrás de fila para diversos castings, deram agora lugar a este portefólio digital que permite às marcas conhecer os profissionais sem precisar de os conhecer pessoalmente. No caso de Kika, como é conhecida, são mais de 718 mil as pessoas que todos os dias seguem a sua vida e o seu trabalho no Instagram.

“Ainda me lembro que a primeira conta de Instagram que criei foi quando era muito pequenina e era um perfil privado apenas para a minha família e amigos. Mais tarde quando comecei com trabalhos de moda, senti que devia começar a investir nessa rede social também como plataforma de trabalho. A partir daí, sinto que foi tudo muito natural. É uma ferramenta muito importante para aumentar a nossa visibilidade e criar relações com as marcas”, diz.
A entrada para a lista dos mais influentes do Instagram em Portugal, da Forbes, deve-se a um ano que Kika descreve como “caótico, mas no bom sentido”. “Aconteceu muita coisa. Comecei a viver sozinha e fora de Portugal, fui estudar para Paris, tenho viajado bastante em trabalho e assinei com agências internacionais. Sinto que me tem ajudado muito a crescer não só a nível pessoal, mas também profissional”, diz.
E numa altura em que o seu grande foco é uma carreira internacional, a aposta no Instagram é tão importante como a aposta em qualquer outro trabalho. É a própria que o assume. “Reconheço a importância que o meu papel no Instagram tem para o meu trabalho enquanto modelo e influenciadora e para aumentar a minha relação com os meus seguidores, no entanto, também procuro equilibrar o tempo que gasto no meu telemóvel, ao definir limites e ter privacidade”, afirma. “Acho que as redes sociais neste momento são provavelmente a maior fonte de informação, comunicação e networking que existe, acho isso muito bom. Se continuar assim e as pessoas o continuarem a fazer e a levar também como um entretenimento, mas sempre com algum cuidado, perfeito”.

Durante esse tempo afastada do telemóvel, uma das suas grandes prioridades é o curso de marketing. O principal objetivo são as áreas da moda e redes sociais, a representação não está totalmente descartada, mas foi importante não desistir da formação académica.
“Apesar de já trabalhar há algum tempo na moda, algo que os meus pais sempre fizeram foi incentivar a continuar os meus estudos, e ainda bem. Acredito que é muito importante ter esta componente dos estudos em que posso, não só usar no meu trabalho, como também poder vir a usá-la no futuro. Além disso dá-nos a possibilidade de fazer amigos, a ser mais organizados e responsáveis”, conta.
No meio de tantas áreas e projetos, Kika não deixa de sonhar. Na moda tem a ambição de alcançar algumas campanhas internacionais. Mas quer mais. “Também gostava muito de vir a criar algo meu, quem sabe. Se continuar tudo no rumo que está a ir agora, tenho a certeza de que são muitas as coisas boas que estão para vir”, afirma.
(Artigo publicado na edição de abril/maio da Forbes Portugal)