Há um unicórnio a caminho da bolsa de valores

Fundada em 2013, a Bolt começou por ser uma aplicação de transporte de passageiros antes de se expandir para a entrega de comida, partilha de carros e aluguer de scooters e bicicletas elétricas, sendo esta última uma área de especial interesse para a empresa. A plataforma de mobilidade Bolt está, assim, a assinalar dez anos…
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Mikko Salovaara, ex-CFO da fintech europeia Revolut, assumiu o comando da direção financeira da Bolt com a missão de guiar o unicórnio da mobilidade até à bolsa. Dez anos após a empresa ter surgido.
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Fundada em 2013, a Bolt começou por ser uma aplicação de transporte de passageiros antes de se expandir para a entrega de comida, partilha de carros e aluguer de scooters e bicicletas elétricas, sendo esta última uma área de especial interesse para a empresa.

A plataforma de mobilidade Bolt está, assim, a assinalar dez anos neste 2023, metade dos quais como unicórnio, estatuto adquirido em 2018.

Contudo, a viagem da empresa, que acaba de anunciar ter ultrapassado a marca de 150 milhões de utilizadores, com presença em mais de 500 cidades de 45 países, parece estar ainda a meio, prometendo acelerar nesta segunda metade do ano, na medida em que prevê atingir a rentabilidade nos próximos 12 meses, estando, nessa altura, a preparar o terreno para abrir o capital da empresa através de uma oferta pública inicial.

Espera-se que a Bolt entre na bolsa de valores em 2025, dependendo do ambiente económico.

A empresa não revelou quaisquer valores relativos a receitas, mas afirmou que registou “ganhos significativos de rentabilidade ano após ano” em 2022. Opera em 45 países, sobretudo na Europa, com uma presença crescente em África.

A Bolt, avaliada em mais de 8,4 mil milhões de dólares, opera em vários setores verticais no seu negócio, desde os TVDE, ao aluguer de trotinetes elétricas, passando pela entrega de alimentos.

Para liderar esse esforço, a empresa nomeou um novo diretor financeiro, Mikko Salovaara, anteriormente o CFO da gigante fintech europeia Revolut.

A Bolt angariou mais de 2 mil milhões de dólares em financiamento e conta com a Sequoia Capital e a Fidelity entre os seus investidores.

“Num setor em que é notoriamente difícil operar de forma rentável, a Bolt está muito acima dos seus concorrentes”, afirmou Salovaara.

“A cultura de maximização da eficiência operacional que foi incutida por Markus [Villig, CEO] há dez anos continua a orientar o negócio atualmente e deixou a Bolt bem posicionada para alcançar e manter a rentabilidade a longo prazo. Estou ansioso por fazer parte da próxima fase do percurso da Bolt, à medida que a empresa se prepara para a IPO [Initial Public Offering ou ‘Oferta Pública Inicial]”.

Números em Portugal

Na sua trajetória de crescimento no nosso país, há alguns indicadores que a Bolt indica que atestam a dimensão já adquirida.

Assim, se formos somar todos os quilómetros percorridos em TVDEs que operam com a plataforma, estes ultrapassam mais de 1 milhão de deslocações entre Melgaço e o cabo de Santa Maria, que perfazem o comprimento máximo em Portugal.

Entre trotinetes e bicicletas elétricas da Bolt utilizadas por portugueses, já se contam o equivalente a mais de 18 mil edições da Volta a Portugal.

No campo das entregas, após o primeiro ano de atividade, a Bolt Food contabilizava já mais de 2 mil restaurantes parceiros, e este ritmo de crescimento tem sido mantido, com expansões sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto; a Bolt Market, por seu lado, tendo sido mais recentemente introduzida, serve já por inteiro a cidade de Lisboa e tem estabelecido parcerias-chave para continuar a estar perto das despensas dos portugueses quando estes mais precisam.

Para David Ferreira da Silva, Diretor Regional da Bolt Food para a Europa do Sul, “tem sido incrível poder testemunhar o crescimento da Bolt, não só ao nível global – as expansões para África, Ásia e América Latina – mas sobretudo no meu país, onde tive o prazer de ajudar a lançar a então Taxify. Desde aí que já crescemos mais de 15 vezes no nosso negócio de ride-hailing (TVDE) e 11 vezes na micromobilidade, para não falar do ritmo positivo e constante de cimentação dos segmentos de Food e Market enquanto primeira opção para cada vez mais portugueses. A nossa cor reflete desde logo a nossa intenção de um futuro verde para as próximas gerações, e é para isso que continuamos a trabalhar diariamente”.

Forbes Internacional/Jonathan Keane

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