Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa e Presidente da Federação Internacional de Universidades Católicas, e Benedita Miranda, General manager Multilingual Region da Foundever, marcaram presença no Forbes Women’s Summit para falar do poder da liderança na ótica do presidente.
Uma visão de inclusão
Benedita Miranda, que lidera um grupo presente em 10 países, salienta o cuidado que tem de haver para gerir países que são diferentes: “A forma de liderar é diferente, de acordo com a nacionalidade, havendo países mais emocionais, por exemplo. Reconhecendo a diferença, há que criar uma visão de inclusão e é isso que tenho feito no meu percurso”.
Para esta líder, para a estratégia de inclusão resultar é determinante que as chefias estejam ligadas aos colaboradores no seu dia a dia, “para garantir” as melhores experiências de integração. Nesse âmbito, Benedita Miranda dá o exemplo na Foundever que desenvolve iniciativas através das quais os diretores têm momentos em que se sentam ao lado dos colaboradores nas operações para entenderem o seu pensamento.
No tocante à paridade do género, a responsável da Foundever referiu que, nos países em que estão presentes, “dentro do que é a gestão temos 75% dos gestores que são mulheres no Egito”, um número que deixou a plateia surpreendida. Curiosamente, a média global de mulheres em cargos de gestão neste grupo nos diferentes mercados é inferior, é de 40%.
Para a General manager Multilingual Region da Foundever, uma liderança feminina “faz a diferença, porque somos diferentes dos homens”. Benedita Miranda acentua a sua preocupação em “colocar as pessoas no centro” e em “pensar na liderança de uma forma holística, olhando para a parte pessoal também. Nesse sentido, criamos vários programas” que visam cuidar do bem-estar do colaborador.
Falta de representação nos lugares de topo
Por seu lado, Isabel Capeloa Gil diz que a perceção social que se criou de que a liderança é matéria masculina, levou também a que “a ambição no homem seja vista como positiva, enquanto na mulher não”.
No meio académico, apesar da representação de mulheres ser mais generosa na docência propriamente dita, é quando chega às posições de liderança que os homens voltam a ter preponderância. “Na chegada às posições de topo, as estatísticas mundiais indicam que há apenas 12% de mulheres reitoras ou vice-reitoras. No caso das universidades católicas, a média é de 8%”
A Reitora da Universidade Católica Portuguesa evidencia que “as mulheres, por vezes, hesitam em abraçar as oportunidades”, estimulando as mulheres a “ter confiança nas suas capacidades”.
Para Isabel Capeloa Gil, necessitamos de “apostar nas pessoas para transformar” e, neste contexto, as universidades têm “de estar prontas para dar oportunidades”.
A Reitora da Católica diz que é fundamental incutir outra ideia: a de que “para se ter imenso sucesso é preciso falhar e as nossas sociedades são pouco recetivas ao insucesso”.
E em relação à igualdade de género, Isabel Capeloa Gil diz que “só teremos paridade quando a questão que normalmente é feita às mulheres, de como é que conseguem conciliar o lado profissional com o pessoal, for também posta aos homens”. A plateia aplaudiu!