Happiness Works: Profissionais felizes ajuda a reter talento

Quanto maior é o nível de felicidade organizacional menor é a vontade de sair. Esta é uma das conclusões do estudo Happiness Works que avalia desde 2012 a felicidade dos profissionais em Portugal. Com base nos dados recolhidos através da participação de 56 mil profissionais ao longo dos anos o estudo avaliou a relação entre…
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A relação entre ser feliz como profissional e a vontade de sair da organização é cada vez mais evidente. O estudo Happiness Works conclui que quanto maior a felicidade menor a vontade de sair.
Economia

Quanto maior é o nível de felicidade organizacional menor é a vontade de sair. Esta é uma das conclusões do estudo Happiness Works que avalia desde 2012 a felicidade dos profissionais em Portugal.

Com base nos dados recolhidos através da participação de 56 mil profissionais ao longo dos anos o estudo avaliou a relação entre ser feliz como profissional e a vontade de sair da organização.

De acordo com o cofundador do estudo Happiness Works, Georg Dutschke, foram realizados diferentes análises estatísticas como a comparação de médias, correlações, e aplicação de modelos preditivos. A analise dos dados revela então que “profissionais mais felizes têm menos vontade de mudar de organização, demonstrando a importância da felicidade organizacional para a retenção do talento”, destaca Georg Dutschke.

As médias obtidas permitem verificar que, nas palavras de Georg Dutschke, “nas organizações onde os colaboradores são felizes a vontade de sair é de 1,6 enquanto nas organizações não felizes a média é de 3,1. A escala varia entre 1 (sem nenhuma vontade de sair) e 5 (muita vontade de sair)”.

O estudo Happiness Works revela que quando se procura a correlação entre o nível de felicidade organizacional e vontade de sair, naturalmente, encontra-se uma correlação negativa. Daí a conclusão de que quanto maior o nível de felicidade organizacional menor é a vontade de sair.

Nas organizações mais felizes a correlação encontrada é de – 0,42 enquanto nas organizações menos felizes a correlação é de – 0,18 (a correlação pode variar entre -1 e +1). Ou seja, nas organizações onde os profissionais se sentem mais felizes, a correlação é mais negativa, significando menos vontade de sair.

As análises são realizadas com base na pergunta “Qual a sua vontade de mudar de organização”. Mas a resposta pode ser influenciada pelo momento em que se está e o querer sair ou ficar pode depender se o dia está a correr bem ou não. Por isso, para se perceber a real vontade de sair da organização, o estudo desenvolveu, em 2024, um modelo preditivo com base nas 56 mil respostas recebidas.

“O modelo preditivo, desenvolvido em parceria com o Professor António Cabeças da Universidade Autónoma de Lisboa, permitiu identificar oito razões (variáveis) pelas quais o colaborador pretende sair da organização”, explica o cofundador do Happiness Works. Com base nas respostas a estas variáveis “é possível quantificar a probabilidade de saída entre 0% (nenhuma probabilidade) e 100% (elevada probabilidade). Quando aplicámos este modelo à nossa base de dados foi possível verificar que nas organizações mais felizes a probabilidade média de saída é de 21,7% (baixa) enquanto nas organizações menos felizes é de 52,6% (alta)”, salienta Georg Dutschke.

E há uma conclusão que se repete perante as três análises realizadas, com complexidades diferentes: “nas organizações onde os colaboradores se sentem mais felizes, a sua vontade em sair é menor”.

O mesmo responsável lembra que é consensual que “a saída de um colaborador tem um custo importante para a organização”. E socorre-se do estudo feito pelo Center of American Progress (CAP) que refere que “o custo de perder um colaborador varia entre 16% e 213% do salário anual, dependendo da complexidade da função e nível hierárquico”.

Em suma, e considerando os dados referidos, “é possível monetizar a relação entre felicidade organizacional e retenção dos colaboradores e estimar o seu impacto na rentabilidade”, salienta. Até porque, esta análise “é fundamental para que as organizações valorizem a importância de ter colaboradores felizes e consigam medir o seu impacto na rentabilidade”.

 

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