Os homens ganham anualmente em média mais 19% do que as mulheres, concluiu o primeiro estudo oficial do país, divulgado sobre as diferenças salariais nas 5.000 maiores empresas do país.
Uma mulher ganha por ano menos 18.461 dólares australianos (11.119 euros) do que um homem, de acordo com o estudo publicado pela Agência para a Igualdade de Género no Local de Trabalho (WGEA, na sigla inglesa).
“A publicação da diferença salarial entre homens e mulheres marca um passo histórico no sentido da transparência e da responsabilização na luta contra a desigualdade de género”, afirmou a ministra para as Mulheres australiana, Kathy Gallagher, num comunicado publicado no portal da WGEA.
O estudo surgiu na sequência da aprovação pelo Parlamento de Camberra, em março de 2023, de uma lei que obriga as empresas com 100 ou mais trabalhadores a divulgarem os salários dos trabalhadores para combater as disparidades salariais entre homens e mulheres.
As disparidades salariais entre homens e mulheres aumentam para mais de 50% em algumas empresas, enquanto um terço das maiores empresas australianas se situa dentro do intervalo estabelecido pelo Governo, para que não ultrapasse os 5%, quer a favor das mulheres ou dos homens, de acordo com os dados.
Entre as empresas com grandes disparidades salariais a favor dos homens contam-se as companhias aéreas Qantas (39,3%) e Jetstar (53,5%), instituições financeiras como a Commonwealth e a Westpac (29,8% e 27%, respetivamente) e a empresa de energia AGL (33,2%).
De acordo com as estimativas do executivo de Camberra, as disparidades salariais entre homens e mulheres – um “problema persistente e complexo” – custam à economia do país cerca de 51,8 mil milhões de dólares australianos (31,2 mil milhões de euros) por ano.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, prometeu na campanha eleitoral acabar com as disparidades salariais, mas desconhece-se se vai impor sanções às empresas que não respeitem a legislação laboral em matéria de igualdade de género.
Lusa