Apesar de tendência de estagnação do retalho do luxo, há produtos que continuam a valorizar no mercado de segunda mão. Segundo o Knight Frank Luxury Investment Index (KFLII), índice que acompanha o desempenho de 10 investimentos populares em produtos de luxo, todos eles colecionáveis, revela que as carteiras de luxo lideram a valorização destes bens. Ou seja, as carteiras de mão foram a classe de ativos de luxo com melhor desempenho em 2024, com um aumento de preço de 2,8% face ao ano anterior. Como exemplo, o estudo da Knight Frank, parceira da Quintela e Penalva em Portugal, refere que a clássica mala Hermés Birkin, em pele preta do Togo, é agora mais valiosa do que nunca no mercado secundário.
O índice de luxo da consultora internacional, incluído no estudo Wealth Report 2024, que acaba de ser divulgado, caiu 3,3% face ao ano anterior, ainda que os mercados financeiros tenham registado uma evolução positiva. Esta quebra acontece pelos segundo ano consecutivo, o que indica que algo está a mudar no mundo dos investidores e colecionadores deste tipo de produtos.
Segundo este relatório, os automóveis clássicos registaram uma valorização de 1,2%, num ano, mas uma valorização de perto de 60% na última década.
A liderar o ranking de produtos que mais valorizaram estão então as malas de mão de luxo, com uma valorização de 2,5% entre 2023 e 2024 e um ganho de 82,5% nos últimos 10 anos. Na segunda posição, as joias valorizam 2,3% num ano e 33,5% na última década. Moedas e relógios valorizaram 2,1% e 1,7 respetivamente, no último ano, mas os relógios alcançaram um aumento de valor de 125% face ao de há 10 anos, sendo apenas ultrapassados, neste ranking, pelo mobiliário de luxo, que cresceu 140% numa década e pelos whiskies, que valorizam mais de 190%.
Nova Iorque continua a ser o centro de gravidade do mercado global de arte, representando 62% da quota de mercado em valor em 2024, enquanto Londres registou a sua maior quota em quatro anos, com 21%.
No entanto, o whisky registou valorização negativa entre 2023 e 2024, – o whisky raro, um mercado afetado pelo rápido crescimento do stock -, bem como os vinhos exclusivos, sendo estes os dois grupos de bens que registaram pior performance, a par com a arte, que caiu 18,3%, a pior quebra num ano. Esta queda do mercado da arte representou uma inversão da tendência do ano anterior, quando tinha tido um crescimento de dois dígitos. Nova Iorque continua a ser o centro de gravidade do mercado global de arte, representando 62% da quota de mercado em valor em 2024, enquanto Londres registou a sua maior quota em quatro anos, com 21%.
Segundo este relatório, os automóveis clássicos registaram uma valorização de 1,2%, num ano, mas uma valorização de perto de 60% na última década. Citado em comunicado, Liam Bailey, responsável por este estudo, explica que “Os objetos de coleção de luxo têm dado frutos aos investidores no longo prazo.” E explica que analisado como investimento de longo prazo, o mercado de produtos de luxo tem resultados muito positivos. Para quem tivesse investido um milhão de dólares (cerca de 921 mil euros) em 2005 nesta classe de produtos, teria agora um património de 5,4 milhões de dólares (4,97 milhões de euros).
Casas de leilão com quebra de 48% no seu negócio
O mercado da arte está a sofrer uma mudança, na forma como a arte é comercializada e comprada, mas também em termos da evolução da procura. As vendas da Sotheby’s, Christie’s e Phillips alcançaram um volume de 7,8 mil milhões de dólares (cerca de 7,2 mil milhões de euros) em 2022, após uma subida de dois anos, mas em 2024 caíram 48% para 4,1 mil milhões de dólares (cerca de 3,78 mil milhões de euros). O mercado online está a alterar o panorama dos investimentos no luxo e a encorajar a expansão da definição do que é colecionável, incluindo-se nesta classe de produtos, por exemplo, NFTs, ténis raros e cartões Pokémon.
As artistas femininas também atraíram a atenção, com a sua quota de vendas aumentou para 33% das vendas de arte do pós-guerra e 56% de todas as vendas de arte contemporânea jovem.
Porém, a arte contemporânea continuou a crescer em termos de quota, passando de 31% em 2021 para 38% em 2024, tendo a arte contemporânea jovem crescido de 10% para 13%. As artistas femininas também atraíram a atenção, com a sua quota de vendas aumentou para 33% das vendas de arte do pós-guerra e 56% de todas as vendas de arte contemporânea jovem.
Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, refere a importância deste índice para os clientes nesta área. “O índice de luxo da Knight Frank é um índice verdadeiramente original que permite acompanhar não só as tendências dos colecionáveis, mas também as tendências do luxo em si. A Quintela e Penalva l Knight Frank opera num segmento de luxo e os nossos clientes seguem de perto as tendências globais. O The Wealth Report é, assim, uma peça fundamental para acompanhar as tendências do mercado de luxo”.