Já chegou à Lua a corrida espacial entre os maiores bilionários do mundo

A corrida espacial entre bilionários conheceu novos episódios esta semana. Depois da "luta" entre Jeff Bezos e Richard Branson para verem qual dos dois seria o primeiro turista espacial do planeta, a "guerra" tem agora como protagonistas, Jeff Bezos e Elon Musk. Na primeira "luta" pelo título do primeiro homem a ir ao espaço com…
ebenhack/AP
Os homens mais ricos do globo levaram a sua disputa para fora do planeta Terra. Após o braço de ferro Richard Branson vs Jeff Bezos, uma nova "guerra" espacial está declarada entre Bezos e Elon Musk.
Líderes

A corrida espacial entre bilionários conheceu novos episódios esta semana. Depois da “luta” entre Jeff Bezos e Richard Branson para verem qual dos dois seria o primeiro turista espacial do planeta, a “guerra” tem agora como protagonistas, Jeff Bezos e Elon Musk.

Na primeira “luta” pelo título do primeiro homem a ir ao espaço com recursos próprios, Richard Branson levou a melhor, ao voar a 11 de julho, 9 dias antes de Bezos.

Nesta segunda “guerra”, Elon Musk está, para já, a tomar a dianteira sobre Bezos.

Isto faz com que Jeff Bezos, dono da Blue Origin, esteja, assim, a perder a corrida espacial entre bilionários, não obstante ser o homem mais rico do mundo.

A Blue Origin, de Jeff Bezos, entrou com um processo federal contra o governo dos Estados Unidos, sobre a decisão da NASA de conceder um contrato exclusivo à SpaceX de Elon Musk para construir um sistema de alunagem como parte de seu programa Artemis.

Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, diz esperar ter um módulo para pousar na Lua até 2024. SPACEX

“Falhas no processo”, alega Blue Origin

A Blue Origin afirmou em comunicado à Forbes que entrou com o processo para “remediar as falhas no processo de aquisição” que encontrou na concessão da NASA dos seus contratos para o programa de sonda lunar.

A NASA, que anunciou originalmente no ano passado que concederia vários contratos para o programa, atribui, todavia, um único contrato à SpaceX em abril devido a limitações de financiamento, recusando, desta forma, as propostas das empresas Dynetics e Blue Origin.

A Blue Origin contestou a decisão, argumentando que a agência “avaliou irracionalmente todas as três propostas”, mas o US Government Accountability Office, o órgão responsável pelos serviços de auditoria e investigações das contas públicas para o Congresso dos Estados Unidos, rejeitou a contestação em julho, declarando que a avaliação das propostas era “razoável” e a NASA tinha o direito de ser capaz de adjudicar um contrato.

Aprofunda-se o conflito na disputa pelo espaço por parte dos bilionários.

“Acreditamos firmemente que as questões identificadas nesta aquisição e os seus resultados devem ser resolvidos para restaurar a justiça, criar concorrência e garantir um regresso seguro à Lua pela América”, afirmou um porta-voz da Blue Origin em comunicado.

Os documentos judiciais estão atualmente selados, dado que a empresa argumentou que as informações incluídas nos documentos poderiam revelar segredos comerciais e informações confidenciais de âmbito financeiro e proprietário, pelo que os detalhes sobre o processo não estão disponíveis no momento.

A NASA afirma que está ciente do caso e os seus responsáveis estão “atualmente a rever os detalhes do processo”. A agência espacial norte-americana também fornecerá uma atualização sobre os planos para regressar à Lua, sob o projeto Artemis (a última vez que o homem foi à Lua foi em 1972, na missão Apollo 17).

A NASA tem até 12 de outubro para apresentar uma resposta.

O módulo lunar fará parte do plano da NASA de enviar mais astronautas à lua para exploração. O contrato da NASA com a SpaceX exigirá que a empresa crie um “módulo de pouso humano comercial” que será capaz de transportar astronautas com segurança da nave espacial Orion para a superfície da lua.

Quando Kathy Lueders, responsável pela Missão de Exploração e Operações Humanas da NASA, admitiu que o orçamento atual da agência espacial a impedia de selecionar duas empresas.

Contra-proposta de Bezos rejeitada

Isto porque o Congresso dos EUA concedeu apenas 850 milhões de dólares (726 milhões de euros) dos 3,3 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) que a agência tinha solicitado para a execução do projeto que inclui o desenvolvimento, teste e envio de duas missões à superfície da lua.

Bezos declarou numa carta dirigida ao administrador da NASA no último mês passado que a Blue Origin estava disposta a “cobrir o défice orçamental”, renunciando a todos os pagamentos no atual e nos próximos dois anos fiscais do governo em até 2 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) para colocar o programa de novo de acordo com os seus termos iniciais.

Jeff Bezos, fundador da Amazon, Blue Origin e proprietário do The Washington Post, aqui quando apresentava o seu módulo lunar “Blue Moon”. JONATHAN NEWTON / THE WASHINGTON POST VIA GETTY IMAGES

Bezos também indicou que desenvolveriam e lançariam o seu próprio teste de módulo lunar, contando com um “forte apoio bipartidário do Congresso para um segundo módulo”.

Elon Musk escreveu um tweet no qual diz esperar que o módulo lunar da SpaceX esteja pronto para uma missão para levar humanos à Lua “provavelmente antes” de 2024, que é o objetivo da NASA, embora o diretor geral da NASA tenha dito num recente relatório que a criação dos fatos espaciais para a missão estava atrasada.

Sobre esse facto, Elon Musk já se mostrou disponível para ajudar a NASA a desenvolver a próxima geração de fatos espaciais.

Outro sinal de que Bezos está a perder a corrida para Musk é o facto de, recentemente, um dos principais engenheiros da Blue Origin (de Jeff Bezos), Nitin Arora, ter decidido fazer as malas e ingressar na rival, SpaceX.

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