Lembra-se do Eyjafjallajökull e do que causou na aviação? A nova erupção na Islândia é motivo de preocupação?

Há treze anos, o vulcão Eyjafjallajökull, no extremo sul da Islândia, entrou em erupção, perturbando de forma notória cerca de 900 mil voos em toda a Europa durante várias semanas. Tudo por causa das cinzas vulcânicas, as quais são constituídas por fragmentos de rocha e de vidro. Quando este material é aspirado pelo compressor para…
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O vulcão que entrou em erupção no sul da Islândia, na península de Reykjanes, fez soar alarmes, após o que, em 2010, aconteceu com o impronunciável Eyjafjallajökull. Mas, desta vez, tudo é diferente.
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Há treze anos, o vulcão Eyjafjallajökull, no extremo sul da Islândia, entrou em erupção, perturbando de forma notória cerca de 900 mil voos em toda a Europa durante várias semanas.

Tudo por causa das cinzas vulcânicas, as quais são constituídas por fragmentos de rocha e de vidro. Quando este material é aspirado pelo compressor para os motores de um avião a jato moderno, derrete na câmara de combustão quente a 2.000°C, mas rapidamente se solidifica nas pás da turbina, entupindo e eventualmente bloqueando o motor.

Estima-se que seis colunas de erupção por ano se elevem suficientemente alto na estratosfera (15 a 50 quilómetros, ou 26.000 a 52.000 pés) para pôr em perigo o tráfego aéreo. Nos últimos trinta anos, cerca de oitenta aviões a jato foram danificados por cinzas vulcânicas. E dez aviões sofreram uma perda temporária de potência do motor durante o voo, perdendo altura rapidamente.

Mas se a erupção do Eyjafjallajökull ocorreu sob um glaciar e provocou uma grande quantidade de cinzas, a erupção no vale de Geldingadalur (em 2021) não se encontrava sob um manto de gelo e, como tal, não expeliu muitas cinzas para alívio da navegação aérea.

Agora que um novo vulcão na Islândia entrou hoje em erupção, numa área desabitada a cerca de 30 quilómetros da capital, Reiquiavique, as dúvidas sobre se poderá haver um impacto na aviação ressurgem.

Contudo, tudo aponta para que não haja também problemas, num local em que a lava irrompeu pela terceira vez em dois anos e num país que tem cerca de duas dezenas de vulcões ativos.

As erupções vulcânicas ocorridas até este momento nesta zona revelaram-se sem grande magnitude, não tendo causado danos materiais nem impactado o tráfego aéreo.

A atual erupção ocorreu perto de uma pequena montanha chamada Litli Hrutur, localizada a poucos quilómetros dos locais de duas erupções anteriores que ocorreram em 2021 e 2022 na península de Reykjanes, a sudoeste de Reiquiavique, de acordo com o Instituto Meteorológico da Islândia.

Imagens transmitidas ao vivo pelos ‘media’ islandeses mostram um fluxo de lava significativo que parece escapar de uma falha.

“A erupção está a ocorrer numa pequena depressão a norte de Litli Hrutur, de onde o fumo aparece, na direção noroeste”, explicou o Instituto.

A proteção civil islandesa apelou, no entanto, às pessoas para não se deslocarem para a região.

* Com Forbes Internacional e Lusa

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