O funeral do Papa Francisco decorre hoje, seis dias após a sua morte, numa cerimónia que será acompanhada por milhares de fiéis e dezenas de chefes de Estado e líderes de organizações, o que implicou medidas de segurança extraordinárias.
As cerimónias fúnebres do líder da Igreja Católica, que morreu na segunda-feira passada aos 88 anos, vítima de AVC, começam às 10:00 locais (menos uma hora em Lisboa) na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Cerca de 50 chefes de Estado e de uma dezena de monarcas, bem como líderes de organizações internacionais, num total de mais de 160 delegações internacionais, estarão presentes na cerimónia, que exigiu medidas reforçadas de segurança na região da capital italiana, Roma.
Entre os dignitários presentes, incluem-se Donald Trump (Estados Unidos) e o seu antecessor Joe Biden, António Guterres (Nações Unidas), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Volodymyr Zelensky (Ucrânia), ou os Reis Felipe VI e Letizia (Espanha). O chefe de Estado russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, serão dos poucos líderes internacionais ausentes.
Portugal será representado pelas três mais altas figuras do Estado – o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro -, bem como pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Na cerimónia na Praça de São Pedro, os líderes mundiais ficarão sentados por ordem alfabética, com os lugares da frente reservados para as autoridades italianas, nomeadamente o Presidente, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra, Giorgia Meloni, bem como para Javier Milei, chefe de Estado da Argentina, país natal do Papa.
O Ministério do Interior italiano estima em 200 mil o número de fiéis que assistirão às cerimónias fúnebres de Francisco. Para o próximo conclave – ainda sem data marcada – e a eleição do novo Papa, esse número sobe para 250 mil.
A dimensão da cerimónia obrigou a medidas de segurança extraordinárias, com 11 mil soldados e membros das forças de segurança mobilizados, sem contar com as equipas das delegações internacionais.
As Forças Armadas italianas anunciaram um reforço da segurança com um sistema anti-drone, caças e um contratorpedeiro na costa de Fiumicino, perto do principal aeroporto de Roma. O imponente dispositivo de segurança para o funeral de Francisco inclui ainda uma zona de exclusão aérea e controlos exaustivos nos aeroportos e estações.
Após as cerimónias na Praça de São Pedro, o cortejo fúnebre segue depois, num percurso de seis quilómetros, até à Basílica de Santa Maria Maior, onde Francisco escolheu ser sepultado, num momento que será privado, a seu pedido.
Nas escadarias desta basílica, e para prestar a última homenagem ao pontífice, estará um grupo de pessoas, cerca de 40, que será integrado por pessoas pobres e necessitadas, sem-abrigo, migrantes, presos e transgéneros, a representar temas centrais do pontificado de 12 anos de Francisco.
O túmulo que acolherá o corpo do religioso argentino foi feito em mármore de origem da Ligúria, região no noroeste de Itália, e apresentará a inscrição “FRANCISCUS”, o nome do Papa em latim, e a reprodução da sua cruz peitoral.
Mais de 250 mil pessoas passaram pela Basílica de São Pedro, no Vaticano, para se despedirem do Papa Francisco, cujo caixão esteve exposto junto ao altar desde quarta-feira de manhã até ao final da tarde de sexta-feira, quando decorreu uma cerimónia privada de encerramento da urna.
Nascido como Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.
com Lusa