Liz Truss, 47 anos, foi escolhida para substituir Boris Johnson como líder do Partido Conservador, tendo a tarefa de assumir o cargo de Primeiro-Ministro do Reino Unido.
Esta escolha marca o fim de um verão agitado em termos políticos em Inglaterra, com a eleição de Liz Truss a ser o corolário de um trajeto político caracterizado por uma rápida ascensão da nova Primeira-Ministra inglesa.
Desde que entrou no Parlamento em 2010, Truss subiu rapidamente na escada política e ocupou vários cargos no gabinete sob os líderes anteriores David Cameron, Theresa May e Boris Johnson, incluindo o seu cargo de ministra dos Negócios Estrangeiros.
Foi ministra do Ambiente em 2014, ministra da Justiça em 2016, secretária de Estado das Finanças em 2017, ministra do Comércio Internacional em 2019 e ministra dos Negócios Estrangeiros em 2021.
Truss superou seis rivais na corrida à sucessão de Boris Johnson e derrotou o ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, numa votação entre 172.000 membros do Partido Conservador, que representam menos de 1% da população do país.
O que promete fazer
Na campanha, Truss prometeu fazer mudanças económicas abrangentes se eleita, incluindo cortar impostos e eliminar as taxas de energia, e descartou a criação de novos impostos ou o uso de “subsídios” para lidar com a crise do custo de vida.
Rishi Sunak (que continuará como deputado, mas não descartou concorrer a líder do Partido Conservador novamente no futuro) acusou Truss de evitar o escrutínio sobre os seus projetos em termos de fiscalidade, em relação aos quais ele rotula de irreais e capazes de fazerem crescer mais a inflação.
Decadência do reinado de Johnson
A vitória de Truss (Mary Elizabeth Truss é o seu nome completo) marca o fim de um verão difícil e amargo para o governo inglês, à conta do polémico Boris Johnson, o qual renunciou ao cargo de líder do Partido Conservador no início de julho, depois de vários escândalos provocarem a indignação generalizada e uma demissão em massa de membros do governo.
Sunak, ao lado do secretário de saúde Sajid Javid, iniciou a onda de demissões e questionou a integridade e o comportamento de Johnson nas cartas de demissão. Apesar da intensa pressão política e pública para sair – além de presidir um governo ferido pela perda de tantos responsáveis por diferentes pastas – Johnson permaneceu no cargo, tendo afirmado que permaneceria como Primeiro-Ministro durante mais de um mês, enquanto o seu sucessor fosse escolhido. Johnson foi criticado por tirar várias férias e por não agir sobre a crescente crise do custo de vida no Reino Unido, enquanto o Partido
Dramáticas mudanças de opinião
Truss nem sempre foi conservadora e, no passado, ela era, na verdade, um membro dos Liberais Democratas, um partido de oposição de centro-esquerda. Truss foi presidente dos Liberal Democratas da Universidade de Oxford quando estudava política, filosofia e economia e pronunciou-se a favor da abolição da monarquia na conferência do partido em 1994.
Dois anos depois, Truss mudou de aliança e ingressou no Partido Conservador. Truss também deu a volta por cima no Brexit, tornando-se um firme defensor da saída do país na UE depois de inicialmente fazer campanha para que o país permanecesse na UE. A oscilação de Truss em posições políticas-chave ao longo do tempo levou vários observadores a questionar se as suas crenças são mantidas com sinceridade ou se são apenas o que é conveniente no momento.
Nomeação esta terça-feira
Como parte de seus deveres cerimoniais, a rainha nomeará o próximo Primeiro-Ministro em Balmoral, a sua propriedade escocesa, esta terça-feira. A ocasião marcará a primeira vez no seu reinado de 70 anos que a monarca não recebe um Primeiro-Ministro cessante ou novo no Palácio de Buckingham, em Londres. Johnson e o seu sucessor devem viajar separadamente para Balmoral estaa terça-feira.