Lucros da Jerónimo Martins caem 20,8% devido à subida de custos

O grupo Jerónimo Martins anunciou uma diminuição dos lucros em 20,8% no ano passado para 599 milhões de euros. A dona da cadeia Pingo Doce justifica este desempenho em 2024 com os “duros efeitos da combinação de uma acentuada queda da inflação alimentar com a subida significativa dos custos”. A retalhista sublinha que a este…
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A Jerónimo Martins fechou 2024 com lucros de 599 milhões de euros, menos 20,8%. Ainda assim, as vendas subiram 9,3%. Em 2025 a expetativa é de reforçar a presença nos países onde está presente.
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O grupo Jerónimo Martins anunciou uma diminuição dos lucros em 20,8% no ano passado para 599 milhões de euros. A dona da cadeia Pingo Doce justifica este desempenho em 2024 com os “duros efeitos da combinação de uma acentuada queda da inflação alimentar com a subida significativa dos custos”. A retalhista sublinha que a este contexto “difícil juntou-se a falta de dinamismo do consumo, com especial relevo no nosso principal mercado – a Polónia –, que veio intensificar a competição por volumes”.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as vendas do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos cresceram 9,3% para 33,5 mil milhões de euros. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 2,9% para 2,2 mil milhões de euros, com a respetiva margem a fixar-se nos 6,7% (7,1% em 2023).

O grupo terminou 2024 com 6.081 lojas, sendo 532 localizadas em Portugal. No ano o volume de investimentos ascendeu a 1.006 milhões de euros, com o mercado português a receber 31% deste montante.

A Jerónimo Martins detalha o desempenho das insígnias que tem no mercado, lembrando que o maior contributo continua a vir da marca polaca Biedronka, cujas vendas aumentaram 9,6% para 23,6 mil milhões, sendo que o like-for-like (indicador de vendas comparáveis) de menos 0,3% em zlotys, moeda local. A Hebe, cadeia polaca de saúde e beleza, conseguiu uma faturação de 583 milhões de euros, mais 24,3% face a 2023.

No mercado português, as vendas do Pingo Doce atingiram os 5,1 mil milhões de euros, mais 4,5%, com um like-for-like de 4% (excluindo o segmento de combustível). A marca de cash & carry Recheio registou vendas de 1,4 mil milhões de euros, numa subida de 1,9%.

A rede de supermercados colombiana Ara atingiu vendas de 2,9 mil milhões de euros, numa subida de 17% face a 2023.

Para 2025, apesar dos desafios, a Jerónimo Martins antecipa reforçar a presença das diferentes insígnias, estando previstas 130 a 150 aberturas de loja. O programa de remodelações deverá abranger 250 a 275 localizações e a empresa espera inaugurar um novo centro de distribuição, que se vem juntar aos 17 já existentes.

No início de março a retalhista deu u novo passo na internacionalização com o arranque da operação na Eslováquia. Através da marca Biedronka inaugurou três lojas no país e entrou em atividade o primeiro centro de distribuição. A expetativa é que, até ao final de 2026, a operação conte com pelo menos 50 lojas no mercado eslovaco.

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