A Ferrari vai pagar aos seus funcionários o maior bónus anual de sempre, depois do fabricante de luxo ter superado as expectativas de vendas e de lucro operacional, após o quarto trimestre.
Cerca de 5.000 trabalhadores receberão até €13.500 este ano à conta do exercício de 2022, de acordo com o CEO da empresa, Benedetto Vigna, o que traduz um acréscimo de 12,5% em relação aos €12.000 de bónus pagos em 2022 pela operação financeira de 2021. Devido ao exercício do ano 2020, o bónus distribuído durante 2021 aos colaboradores da marca italiana foi de €7500.
No ano passado, a Ferrari entregou 13.221 veículos, representando um crescimento de 18,5% relativamente a 2021.
No ano passado, a marca obteve 939 milhões de euros de lucros líquidos, mais 12,7% do que em 2021, quando este indicador foi de 833 milhões de euros.
A faturação da Ferrari cresceu 19,3%, tendo passado de 4.270 para 5.090 milhões de euros.
A atribuição de bónus, em jeito de prémio pelos resultados alcançados por uma empresa, é comum, incluindo na indústria automóvel. Contudo, esta bonificação da Ferrari suplanta a generosidade de outros emblemas, caso, por exemplo da Mercedes-Benz que irá entregar, em abril, uma bonificação de até €7300 a cerca de 93 mil empregados elegíveis.
Em 2023, a Ferrari deverá incrementar os preços dos seus modelos para compensar o aumento dos custos de fabrico causados pela inflação. Porém, esse facto não deve afetar a operação económica da empresa.
De resto, este 2023 poderá vir a superar o registo de 2022, dado que as entregas do aguardado modelo Purosangue – o primeiro SUV da marca do “cavallino” – irão começar no segundo trimestre.

Benedetto Vigna refere que a procura por este SUV Ferrari foi muito além das expectativas, de tal forma que o fabricante decidiu encerrar, temporariamente, os pedidos de encomenda, numa altura em que a lista de espera é de dois anos.
Essa decisão de congelar as encomendas do Purosangue prende-se também com o objetivo de assegurar que o modelo não se “banalize” e não fique com uma imagem desvalorizada, o que poderia acontecer num cenário de elevada produção.
Planos futuros
O CEO da Ferrari garante que o construtor está “totalmente no caminho” para apresentar o seu primeiro carro elétrico em 2025 para complementar os híbridos plug-in 296 GTB/GTS e 488 GTB/Spider.
Em termos de plano de lançamentos, o construtor prevê ter no seu portfólio um total de 15 modelos até 2026, incluindo um novo hipercarro para acompanhar o LaFerrari.
A estimativa da Ferrari é que, dentro de três anos, apenas 40% dos seus modelos ainda terão um motor a gasolina puro. As vendas de híbridos responderão por 55% e os 100% elétricos terão uma quota de 5%.