Não há nenhum Renault no mundo que não circule sem um componente feito em Cacia, destaca Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa marcou presença esta quarta-feira na cerimónia de comemoração dos 40 anos daquela que é a segunda maior fábrica da indústria automóvel em Portugal, a unidade da Renault Cacia. Na impossibilidade de condecorar todos os funcionários da fábrica portuguesa, o Presidente da República acabou por condecorar com a Ordem de Mérito um…
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Marcelo Rebelo de Sousa visitou a fábrica Renault Cacia, no âmbito do seu 40º aniversário, elogiando o facto de não haver nenhum Renault no mundo que não circule sem uma peça "Made in Cacia".
Economia

Marcelo Rebelo de Sousa marcou presença esta quarta-feira na cerimónia de comemoração dos 40 anos daquela que é a segunda maior fábrica da indústria automóvel em Portugal, a unidade da Renault Cacia.

Na impossibilidade de condecorar todos os funcionários da fábrica portuguesa, o Presidente da República acabou por condecorar com a Ordem de Mérito um trabalhador desta unidade fabril, Hipólito Rodrigues Branco, por ser um dos trabalhadores mais antigos de Renault Cacia.

“O mais óbvio era condecorar a empresa, mas depois pensei que isso era muito pouco original, havia tempo para o fazer oportunamente. Ponderei e decidi manifestar essa gratidão condecorando um trabalhador”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Chefe de Estado salientou que a condecoração homenageia “todo o passado, presente e futuro” da instituição que celebra o seu 40.º aniversário.

A Renault Cacia produz, atualmente, caixas de velocidades e componentes para motores, como bombas de óleo, árvores de equilibragem e outros componentes em ferro fundido e alumínio.

A Renault Cacia foi inaugurada em 1981. A fábrica ocupa, atualmente, 340.000 m2 de área total, dos quais 70.000 m2 são cobertos.

Emprega mais de 1100 colaboradores, de um total de quase 2000 empregos diretos, e outros tantos indiretos, que a Renault gera em Portugal. Exporta para 12 países, divididos por quatro continentes.

Maior fornecedor mundial de bombas de óleo do Grupo Renault, com mais de 40.000.000 de unidades produzidas até à data, daqui sai em exclusivo, para todo o Grupo Renault, da Caixa JT4 (que equipa os Renault Clio, Captur e Mégane, bem como os Dacia Sandero e Duster).

Renault Cacia tem uma capacidade de produção anual 600 mil unidades/ano.

A fábrica dá agora um novo passo para incrementar a sustentabilidade da sua laboração, com a instalação de 13 mil módulos fotovoltaicos, com uma potência de 6 MWp.

“O maior sistema de autoconsumo fotovoltaico em Portugal vai gerar uma autonomia energética de 13% e evitar a emissão de 1,8 mil toneladas de CO2 por ano”, salienta a empresa.

“Fábrica significou um passo muito importante no caminho do desenvolvimento e da integração europeia” de Portugal, lembrou Marcelo.

“A implantação da Renault em Portugal, a partir dos governos de Francisco Sá Carneiro, no qual foi assinado o acordo, e depois de Francisco Pinto Balsemão, quando foi inaugurada a fábrica, significou um passo muito importante no caminho do desenvolvimento e da integração europeia. Recordo-me bem do que significou a inauguração, no dia 11 de novembro de 1981, pelo senhor presidente António Ramalho Eanes, porque era então membro do Governo. Tratava-se de um investimento de grande significado. Trazia um parceiro europeu, a França, que o futuro mostraria vir a ser cada vez mais importante para Portugal, como acontece hoje. Escolhia um Portugal não centralizado em Lisboa. Dava um sinal no sentido daqueles interiores que, naqueles dias, eram ainda mais distantes do centro do poder nacional. Formava recursos humanos, valorizava o essencial da mudança pretendida, as pessoas, a qualificação das pessoas. E as pessoas num setor industrial do futuro, com efeito noutras empresas, no emprego, na região aveirense, no país”, recordou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Agora, à distância de 40 anos e depois de tudo aquilo que vivemos, parece natural, parece fácil, parece óbvio, e tende-se a minimizar, na altura o que foi um gesto de coragem, de audácia, de visão a longo prazo. É sempre muito fácil refazer a história, do presente para o passado. O difícil é entender o que foi, onde foi e mal se imaginava o que viria a ser. E viria a ser um grupo com 2.000 postos de trabalho diretos e mais de 1.800 indiretos, líder do mercado em 35 dos últimos 42 anos e já há 23 anos consecutivos. Pioneiro em automóveis 100% elétricos há 10 anos, viria a produzir mais de 2 milhões de caixas de velocidades e 40 milhões de bombas de óleo, e como gostam de dizer aqui e eu percebo porquê, não havendo nenhum Renault no mundo que não circule nenhum sem pelo menos um componente produzido em Cacia. Para os trabalhadores da Renault, de hoje, de ontem e de amanhã, muito grato pelo que ajudaram a mudar Portugal. Para a investidora, os gestores, os responsáveis, o meu reconhecimento”, apontou o Presidente da República.

 

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