Opinião

Um mundo sem elevadores

Ricardo Malheiro

E se hoje acordássemos e não existissem elevadores? Seria perfeitamente normal se estivéssemos em meados do século XIX, numa realidade bem diferente daquela que conhecemos hoje.

Foi em 1857, com o desenvolvimento de um sistema de travagem de segurança, que surgiu o primeiro elevador para transporte de pessoas, e desde então nada mais foi igual. Hoje, existem mais de 20 milhões de elevadores em funcionamento em todo o mundo, e parece-nos impensável entrar num edifício e procurar as escadas em vez de entrar num elevador.

Apesar de ser o meio de transporte mais utilizado no mundo, é também aquele a que menos atenção damos – a não ser que esteja avariado. Contudo, o setor da elevação tem evoluído de forma impressionante, incorporando tecnologia de ponta e soluções inovadoras que garantem não só a eficiência, mas também a segurança e sustentabilidade dos equipamentos. Empresas como a nossa, lideram esta transformação, introduzindo elevadores cada vez mais rápidos, eficientes e conectados, tanto ao nível do equipamento, quanto na forma como o serviço é prestado.

Em Portugal, embora não existam estatísticas específicas sobre o número total de elevadores. Tendo por referência informação de alguns organismos oficiais, estima-se que, no final de 2024, existiam cerca de 180 000 elevadores apenas em edifícios de habitação. Este número não inclui hospitais, escritórios, hotéis, centros comerciais, estações de metro e comboio, aeroportos, escolas ou edifícios públicos, onde milhares de outros equipamentos garantem a mobilidade diária de milhões de pessoas.

O elevador foi, sem dúvida, uma das invenções mais relevantes para a arquitetura e mobilidade urbana. Com ele, surgiu a construção em altura e a deslocação dentro das cidades tornou-se mais rápida, autónoma e segura. Para além da sua função prática, o elevador é um elemento essencial para a qualidade de vida, permitindo o acesso a espaços anteriormente inacessíveis e garantindo uma mobilidade mais inclusiva. Sem elevadores, a dinâmica da vida moderna seria profundamente afetada.

Se analisarmos as estatísticas, percebemos que viver sem elevadores seria impossível. Em Portugal, só no setor residencial, mais de um milhão e meio de pessoas utilizam elevadores diariamente – o equivalente a 62.500 pessoas por hora que dependem destes equipamentos para entrar e sair de casa de forma rápida, eficaz e segura. Esta infraestrutura é mantida por um setor robusto, composto por 101 empresas e cerca de 3 000 trabalhadores, que asseguram o funcionamento e manutenção destes equipamentos essenciais.

A inovação tem sido a grande impulsionadora do setor, trazendo avanços que antes pareciam impensáveis. Hoje, existem elevadores que atingem velocidades superiores a 70 km/h, que se deslocam na vertical e na horizontal, e que utilizam manutenção preditiva para antecipar a necessidade de substituição de componentes, evitando paragens inesperadas. Além disso, o setor oferece cada vez mais soluções sustentáveis que reduzem significativamente a pegada de carbono dos edifícios, contribuindo para um futuro mais ecológico e eficiente.

A evolução da mobilidade vertical não ficará por aqui. À medida que as cidades continuam a crescer, os desafios serão proporcionais à sua expansão. Novas tecnologias e soluções inovadoras continuarão a moldar o setor, garantindo que os elevadores se mantenham como um pilar fundamental da vida urbana.

Neste Dia Mundial do Elevador, deixamos uma reflexão: o mundo existia sem elevadores? Sim, mas não era o mesmo mundo.

Ricardo Malheiro,
Diretor Geral da TK Elevator em Portugal

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