O preço do ouro está a superar todos os recordes, dia após dia. Depois de na passada quinta-feira, se ter fixado um recorde para o preço do ouro, quando a cotação se situou nos 3.357,78 dólares, este início de semana está a ser ainda mais frenético. Apenas nos dois últimos dias, hoje e ontem, o ouro, considerado um ativo de refúgio em tempos de incerteza económica, bateu por várias vezes recordes no valor da sua comercialização.
Assim, ao longo do dia de ontem, a onça do ouro (equivalente a 28,3 gramas) foi registando sucessivamente vários máximos, o primeiro dos quais às 07:06, quando ficou em 3.385,85 dólares. Às 13:36 ultrapassou a barreira dos 3.400 dólares. Finalmente, esta segunda-feira, pelas 16:10 (hora de Lisboa), o metal precioso atingiu uma cotação de 3.430,31 dólares (cerca de 3.008 euros) a onça , um aumento de quase 3%.
Esta terça-feira de manhã, foi alcançado um novo máximo, com o preço do ouro a ultrapassar os 3.500 dólares por onça. Mais precisamente pelas 08:30 (hora de Lisboa), o ouro negociava a 3.467,87 dólares a onça, depois de ter chegado aos 3.500,10 dólares, no início do dia.
O aumento do preço do ouro tem sido impulsionado por vários fatores. A guerra comercial é a sua grande “mola” que desde 02 de abril, se intensificou-se com o anúncio dos EUA de aplicação de tarifas recíprocas. O Presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu aumentar as tarifas sobre a China para 245%, que, por seu lado, tinha respondido com tarifas de retaliação. Pequim, por sua vez, agravou as suas tarifas sobre os Estados Unidos para 125%.
Nos últimos meses, o preço do ouro tem vindo a subir também devido aos riscos de recessão e às compras deste metal dourado por parte de alguns bancos centrais e países como a China.
Outro fator que está a contribuir para a valorização do ouro diz respeito às tensões entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da reserva federal (Fed), Jerome Powell.
Trump ameaçou demitir Powell – cujo mandato dura até maio de 2026 -, o que colocaria em causa a independência secular do banco central: “Se eu quiser que ele saia, ele sairá muito depressa. Acreditem”, afirmou Donald Trump, na passada quinta-feira.
Na segunda-feira, Trump classificou Powell como “um grande perdedor”.
Outro elemento que tem favorecido a subida da cotação do ouro tem sido a queda do dólar – esta segunda-feira, por exemplo, o euro ultrapassou os 1,15 dólares, um máximo de novembro de 2021.
com Lusa