No dia dedicado à poupança a GfK Portugal fez as contas e concluiu que, este ano, o poder de compra em Portugal caiu 4,7%, um desempenho que vai no sentido contrário da tendência europeia que regista um aumento de 5,8% face a 2022.
De acordo com o estudo ‘GfK Purchasing Power Europe 2023’, o poder de compra em Portugal passou agora para 13 906 euros per capita contra os 17 688 euros dos restantes países da Europa.
No mesmo estudo pode ler-se que, “Portugal desceu três lugares na tabela global da Europa em relação a 2022, passando para o 23º lugar, atrás de países como os Países Baixos (12º), França (15º), Itália (16º), Espanha (17º) e República Checa (20º)”. Esta descida representa menos 624 euros per capita para a população portuguesa este ano. A GfK Portugal refere que em comparação “aos restantes 41 países, o poder de compra em Portugal está 21% abaixo da média europeia”, sendo que 16 dos 42 países inquiridos estão acima da média europeia.
Este ano, os europeus têm cerca de 12,1 mil milhões de euros disponíveis para gastar em alimentação, habitação, serviços, custos de energia, pensões privadas, seguros, férias, mobilidade e compras de consumo. A consultora destaca que “o montante que os consumidores têm efetivamente disponível para gastar e poupar varia muito de país para país e depende também da evolução dos preços no consumidor em 2023”.
Aumenta a linha que separa os europeus
A divisão entre os 42 países da Europa é cada vez mais evidente. A GfK realça que “Liechtenstein, Suíça e Luxemburgo apresentam um rendimento líquido bastante mais elevado do que o resto da Europa, enquanto o poder de compra é mais baixo em países como Bielorrússia, Kosovo e Ucrânia. O principal destaque vai para a Irlanda, que sobe quatro lugares na comparação global”.
O Liechtenstein mantém a liderança na classificação do poder de compra onde este indicador se situa nos 68 843 euros per capita, quase 3,9 vezes superior à média europeia. A Suíça e o Luxemburgo seguem-se em segundo e terceiro lugares, com o poder de compra per capita dos suíços a bater os 49 592 euros – quase 2,8 vezes a média europeia – e os luxemburgueses com um rendimento líquido disponível de 40 931 euros per capita, 2,3 vezes superior à média europeia.
Os restantes países do top 10 também “registam um poder de compra per capita bastante elevado, 47% superior à média europeia. A Islândia e a Dinamarca subiram um lugar para o quarto e quinto lugares, respetivamente”. O destaque vai ainda para a Irlanda que “depois de no ano passado quase não ter entrado no top 10, conseguiu subir quatro lugares e ficar em sexto lugar em 2023, com 26 882 euros per capita, os irlandeses estão exatamente 52% acima da média europeia”.
A Áustria subiu dois lugares, para sétimo lugar. A Noruega, por outro lado, desceu quatro lugares, a Alemanha um e o Reino Unido três, o que levou a que estes três países ocupem os últimos lugares do top 10 de poder de compra em 2023.
À semelhança de anos anteriores, a Ucrânia continua a ocupar o último lugar da classificação, sendo que a população ucraniana dispõe apenas de 2 478 euros per capita, o que corresponde a 14% da média europeia.