Já é oficial: a fábrica de Mangualde começa a produzir carros elétricos este ano e não em 2025 como estava previsto. A confirmação foi dada pelo CEO do grupo que reúne 14 marcas automóveis, o português Carlos Tavares à margem do Congresso dos Engenheiros que decorre até domingo no Porto.
A Stellantis já tinha anunciado que iria trazer para Portugal, em 2025, o fabrico dos furgões elétricos das marcas Citroën, Fiat, Opel e Peugeot. Na altura a fabricante automóvel referiu que os modelos Citroën ë-Berlingo, Peugeot e-Partner, Opel Combo-e e Fiat e-Doblò, nas versões de comerciais ligeiros e de passageiros, seriam produzidos na filial de Mangualde. Carlos Tavares veio agora assumir que este timing será antecipado.
De acordo com o CEO da Stellantis, “Mangualde é a melhor fábrica na Europa em qualidade e em custo. Está no pódio entre 90 fábricas na Europa”. E acrescentou que a unidade de produção portuguesa “vai começar o fabrico de carros elétricos este ano”.
A atividade em Portugal está a correr de feição para o grupo. O CEO da Stellantis realçou o desempenho de liderança da filial portuguesa, em todos os segmentos, sendo que, pela primeira vez, produziu 84 mil veículos num ano, isto em 2023.
Quanto ao grupo que lidera, o presidente executivo da Stellantis não fecha a porta ao crescimento através das aquisições. À pergunta se a Stellantis poderá avançar com compras no mercado, foi perentório em admitir “claro que sim, estamos atentos a oportunidades”. Mas para que avance nas aquisições na Europa será necessário que as normas antitrust (regras da concorrência) da União Europeia sejam alteradas.
Sobre o futuro do setor automóvel, o gestor português antevê que avance para a consolidação na próxima década. Um cenário que resulta da pressão das marcas chinesas que têm custos de produção 30% inferiores o que lhes ajuda a apresentar no mercado carros elétricos aos preços dos modelos a combustão. Face a esta concorrência, Carlos Tavares não tem dúvidas que “quem vender com prejuízo vai acabar por desaparecer e quem não conseguir baixar custos e mantiver preços altos vai perder quota e também arrisca desaparecer”.