Um dos principais produtores do programa “60 Minutes” da CBS News disse à equipa que iria deixar o programa, afirmando que não pode conduzir o projeto de uma forma “independente” no meio da batalha de alto nível do programa com o Presidente norte-americano Donald Trump e uma empresa-mãe que não está ansiosa por alienar a nova administração.
Na terça-feira, o produtor executivo do programa, Bill Owens, disse à equipa que o programa iria continuar, mas “nos últimos meses, tornou-se claro que não me seria permitido dirigir o programa como sempre o fiz, tomar decisões independentes com base no que era correto para o ‘60 Minutes’, correto para o público”, informou o The New York Times, citando uma cópia do memorando enviado à equipa.
Embora Owens não tenha mencionado Trump no seu memorando, o presidente está a negociar um acordo com a CBS relativamente a uma ação judicial de 10 mil milhões de dólares que interpôs em resposta a uma entrevista ao programa ’60 Minutes’, no ano passado, com a então vice-presidente Kamala Harris, na qual Trump afirma que a estação editou algumas das suas respostas para a fazer parecer mais competente.
A CBS apresentou uma antevisão da resposta de Harris a uma pergunta que era diferente da sua resposta mais longa que foi para o ar como parte do programa.
A emissora disse que exibiu uma parte da resposta de Harris na prévia e outra parte durante o programa.
Entretanto, a Paramount, a empresa-mãe da CBS, está a tentar obter a aprovação da Comissão Federal de Comunicações para vender a Skydance, e o seu acionista maioritário – Shari Redstone – é alegadamente a favor de um acordo com Trump sobre o processo ’60 Minutes’, na esperança de concluir a fusão de vários milhares de milhões de dólares.
Owens disse em fevereiro que não pediria desculpa como parte de qualquer acordo, informou anteriormente o The Times, citando fontes não identificadas com conhecimento da situação.
(Com Forbes Internacional/Sara Dorn)
