Um novo estudo sobre o que faz com que os atletas deixem de gostar do desporto que praticam sugeriu que tendências excessivamente perfecionistas e fixação em erros desempenham um papel significativo.
A pesquisa foi publicada no Journal of Clinical Sport Psychology e analisou mais de 250 atletas competindo numa variedade de desportos individuais e coletivos, incluindo futebol, atletismo, golfe e levantamento de peso.
Em média, os atletas tinham 21 anos e competiam há mais de 8 anos na modalidade desportiva escolhida, em níveis que vão do universitário ao internacional.
Os atletas foram avaliados quanto aos níveis de stress, perfecionismo e burnout, definidos a partir de parâmetros como sensação reduzida de realização, exaustão prolongada e falta de entusiasmo pelo esporte.
“Existem muitos estudos que mostraram que se um indivíduo busca a perfeição, seja no trabalho, desporto ou escola, isso pode levar ao burnout”, refere o investigador Luke Olsson.
“Existem muitos estudos que mostraram que se um indivíduo busca a perfeição, seja no trabalho, desporto ou escola, isso pode levar ao burnout [esgotamento]”, diz Luke Olsson, primeiro autor do estudo e professor de psicologia do desporto da Universidade de Essex’s School of Sport, Rehabilitation and Exercise Sciences, no Reino Unido.
O estudo descobriu que os atletas que eram hiper autocríticos e aqueles que reagiam muito negativamente a pequenas falhas percebidas eram mais propensos a experimentar o esgotamento com o seu desporto.
“A nossa análise foi capaz de determinar uma possível explicação sobre o motivo pelo qual isso ocorre no desporto, o que sugere que o stress de procurar a perfeição pode levar as pessoas a se desvincularem mentalmente das suas atividades desportivas”, refere Olsson.
Os investigadores esperam que o trabalho possa levar a intervenções para evitar que os atletas desenvolvam burnout. Isso pode incluir terapia cognitivo-comportamental, mindfulness e desenvolvimento de uma mentalidade mais positiva.
“Os atletas podem ser mais bem servidos, sendo menos autocríticos, o que deve permitir que eles celebrem os sucessos no desempenho e abracem as falhas como uma oportunidade para refletir e melhorar, em vez de se culparem”, disse Olsson.
