Hoje abre oficialmente portas, no Porto, o primeiro espaço do grupo The Social Hub. Será um hotel? Um espaço de coworking? Uma residência para estudantes? Uma sala de eventos? A resposta é simples: é tudo isto num só. Isto porque o grupo fundado em Amesterdão, em 2012, por Charlie MacGregor, assume-se como um conceito de hotelaria híbrida adaptado a viajantes, profissionais, estudantes e habitantes locais. O novo The Social Hub Porto nasceu no coração da Invicta no Bonjardim, a poucos metros da Avenida dos Aliados e do Mercado do Bolhão. Inclui 310 quartos, dos quais 271 são quartos de hotel de quatro estrelas e 39 são apartamentos residenciais, com um máximo de dois quartos.
Os espaços foram concebidos com o objetivo de integrar os diversos membros da sua comunidade, oferecendo experiências e instalações adaptadas às suas necessidades. Este polo oferece cerca de 580 metros quadrados de espaço de coworking para quase 100 pessoas, com opções que vão desde a utilização de espaços, secretárias e 10 escritórios privados. Além disso, dispõe de quase 450 metros quadrados flexíveis para reuniões e eventos, incluindo um auditório para eventos para mais de 250 convidados. A Forbes Portugal foi conhecer o The Social Hub Porto e falou com a Chief Operations & Commercial Officer, Marion Koopman, que veio fazer a inauguração oficial. Marion Koopman explicou o porquê de a marca investir em Portugal e os planos de expansão na Península Ibérica.
Como se pode caracterizar o grupo The Social Hub?
Bem, estamos com um pouco mais de mil pessoas, em mais de 20 locais abertos, num total de 23 localizações. Portanto, temos mais três para construir e, claro, mais está para vir também, porque ainda estamos a comprar novos locais para explorar e ir mais longe em novas cidades. Somos uma combinação de jovens, pessoas empreendedoras, mas também de estudantes, por isso, temos todos os tipos de sabores diferentes. Somos muito inclusivos, não importa quem somos, mas juntos queremos fazer melhor. Penso que essa é a parte mais importante. Começámos em 2012, já lá vão 13 anos. Mas, na verdade, construímos todos os anos novas localizações, por isso construímo-las lentamente. E também mudámos organicamente o nosso modelo de negócio. E penso que foi isso que, mais do ponto de vista dos hóspedes, eles nos perguntavam, por exemplo, se podem passar de estadias de longa duração para estudantes, para hotéis de curta duração, para coworking, para espaços para reuniões e eventos. Também perguntavam se seria possível criar algum tipo de associação porque gostavam de ficar conosco. Portanto, crescemos organicamente com base no que os nossos hóspedes nos dizem. Por isso, a voz do cliente, do hóspede é muito, muito importante para nós. E juntos construímos.
Como é que se faz a diferença no mercado? Porque há tantas marcas, grupos internacionais no sector do turismo…
O que se vê é que, mais do que quaisquer outras empresas turísticas, temos um produto que não é um produto único, ou seja, não é só hotel ou só estudantes ou só coworking. Gostamos de fazer a mistura. E vemos também os benefícios dessa combinação. E, por um lado, é claro que se trata de um modelo de negócio, e nós também queremos que o modelo de negócio funcione. Por isso, quando alguém fica conosco por uma semana, perguntamos-lhe sempre se também quer ficar a trabalhar nos nossos locais. E se precisa de uma secretária adequada? E as pessoas dizem que sim. Ou até mesmo se um colega de trabalho precisa de um espaço para reuniões e eventos porque quer realmente organizar um evento maior. Bem, então ele pode fazer isso conosco. Assim, vemos que a combinação dos diferentes produtos, a hospitalidade híbrida, é o que nos torna diferentes de todas as outras empresas. E penso que a parte social, o facto de querermos realmente ligar as pessoas e de sermos realmente genuínos a querer fazê-lo. Portanto, não se trata de um modelo de negócio, mas sim do nosso coração realmente social que quer ligar as pessoas. Penso que essa é a maior diferença.
E agora a marca chegou a Portugal. Porquê Portugal e porquê o Porto?
Em Portugal o que vemos é que é um país que ainda está a construir, e nós gostamos disso. O facto de ser inovador, de ser também uma empresa bastante inovadora, penso que é bastante lógico e que combina conosco. Mas também Portugal tem também muito turismo. Isso também faz parte de nós. E se olharmos para a parte dos estudantes, penso que também é definitivamente muito grande aqui no Porto, mas também em Lisboa e noutros locais. Por isso, penso que é sem dúvida uma combinação bastante lógica que temos com Portugal. O facto também o facto de os portugueses gostarem muito de explorar, de construir e de inovar penso que isso também faz parte de nós. Somos curiosos, queremos mudar, também gostamos de conversar. É também o que sinto com os portugueses, que ainda estão a explorar a sua cultura, que querem discutir. Querem ser abertos nesse aspeto, e nós também somos assim. Por isso, há uma combinação bastante genuína e lógica de tudo isto.
Porquê o Porto?
Há também muitas universidades no Porto. Há muitos negócios bonitos aqui. E, sim, o turismo é fantástico. E o que também vemos aqui no Porto, e é por isso que estamos tão felizes por estarmos no centro da cidade, é que ainda vivem aqui muitos portugueses, portuenses. E isso não se vê em muitas capitais, porque são tão grandes e estão tão ocupadas com o turismo. Mas aqui ainda vivem muitas pessoas. Por isso, penso que também é lógico que estejamos aqui no centro da cidade e que estejamos abertos à população local.
Mencionou que há planos para abrir em Lisboa. Sei que ainda não pode divulgar muito, mas pode levantar um pouco a ponta do véu?
Posso dizer que vai ser em Cascais. Portanto, não é no centro da cidade, mas é em Cascais. Isto porque têm lá uma grande universidade. É bastante natural. O turismo é ótimo lá. E vemos definitivamente os nómadas digitais, durante todo o ano, o que também é uma combinação bastante lógica para nós.
Mas será um novo projeto, de raiz?
Vamos construir um novo projeto, sim.
Qual seria o calendário desejável para a abertura?
Ainda não sabemos exatamente.
E em termos de investimento, será o mesmo que no Porto, em torno dos 60 milhões de euros?
Não sei exatamente, para ser sincera. Mas acho que, pelo menos, como no Porto, sim.
Qual o volume de investimento total para a região ibérica?
São 440 milhões de euros, para toda a Península Ibérica, sim. E são 60 milhões no Porto.
Então, em Espanha, vão ter novos locais?
Bem, neste momento, estamos em Barcelona, Madrid e San Sebastian. Claro que ainda estamos à procura de mais locais em Madrid ou Barcelona, mas também em Málaga, ou em Valência. Mas ainda não comprámos nada. Portanto, ainda não está nada comprado.
Como é que vê o grupo nos próximos 10 anos, sendo que começaram em 2012?
Então, estaremos em 2035. Acho que teremos mais locais, sem dúvida. Vamos ter mais membros associados, porque o que vemos cada vez mais é que quando estamos abertos durante mais tempo numa área como esta, cada vez mais pessoas gostam de vir. Gostam de ficar cá. E isso deve-se sobretudo às pessoas fantásticas que ficam aqui, trabalham aqui, jogam aqui, seja o que for. E é por isso que vemos que cada vez mais pessoas gostam de vir aqui, e a adesão é bastante lógica. E também porque temos muitos eventos para ligar as pessoas, e também nos preocupamos com o bem-estar das pessoas. Portanto, é essa a combinação. Provavelmente vamos ter algum tipo de associação, sem dúvida.
Uma vez que disse que não tem um produto único, é um produto híbrido, alguma das categorias poderá ter um peso maior na procura ou nas receitas?
É um produto híbrido, sim. Bem, neste momento, é claro que a parte da estadia, ou seja, os quartos e, claro, tudo o que envolve a estadia por mais de uma noite, continua a ser bastante significativa nas receitas. Mas, cada vez mais, o que vemos é que o coworking, os espaços para reuniões e eventos, a associação, a comida e as bebidas, quanto mais pessoas entrarem, maior será também essa parte. Mas, para já, a parte da estadia também é bastante grande, sim.
Mencionou que é um grupo muito inclusivo.
Sim.
Portanto a paridade de género é um tema pacífico?
No que diz respeito ao género, somos muito iguais. E, claro, vai para além do feminino e do masculino. Por isso, penso que somos definitivamente muito inclusivos em todos os tipos de áreas diferentes, quer se trate de diferentes tipos de religiões, nacionalidades, mas também de diferentes tipos de géneros, seja o que for.