O Presidente Donald Trump ordenou a desclassificação de todos os registos relativos aos assassinatos do antigo Presidente John F. Kennedy, do ex-Senador Robert F. Kennedy e do Reverendo Martin Luther King Jr., ordenando a divulgação dos documentos depois de alguns terem sido deixados em sigilo após o seu primeiro mandato presidencial.
Trump afirmou na ordem executiva que a divulgação dos registos dos assassinatos é do interesse do povo americano e das famílias dos falecidos, salientando que a divulgação dos registos, que ocorrerá mais de 60 anos após os assassinatos, já devia ter sido feita há muito tempo.
Todos os registos relativos ao assassinato de JFK deveriam ser divulgados publicamente até 2017, ao abrigo da Lei de Recolha de Registos do Assassinato do Presidente John F. Kennedy, de 1992, que previa uma exceção para informações que fossem contra o interesse público ou consideradas prejudiciais para a defesa militar, operações de informação, aplicação da lei ou conduta de relações externas dos EUA.
Não existem atos do Congresso que obriguem à divulgação de registos relacionados com os assassinatos de RFK e MLK Jr., mas Trump determinou que a divulgação desses documentos era também do interesse público.
Porque é que os documentos sobre os assassinatos estão a ser divulgados?
Provavelmente porque o interesse e o ceticismo sobre os assassinatos se mantiveram relativamente consistentes nos domínios público e político durante décadas. Em 2013, ano em que se assinalou o 50.º aniversário do assassinato de JFK, cerca de 61% dos americanos acreditavam que Lee Harvey Oswald, o assassino do antigo presidente, não agiu sozinho, de acordo com um inquérito da Gallup. A curiosidade também foi alimentada pelo facto de que, apesar de Trump e o antigo Presidente Joe Biden terem libertado uma grande quantidade de documentos nos seus respetivos mandatos, nem todos os documentos foram divulgados.
Quantos documentos serão divulgados?
Não está claro quantos documentos sobre os assassinatos de RFK e MLK Jr. serão liberados, mas os especialistas estimam que entre 3 mil e 4 mil documentos sobre o assassinato de JFK serão liberados. Apenas cerca de 3% dos registos relativos ao assassinato permaneceram protegidos da vista do público em 2022, informou a NBC News.
O que poderão revelar os documentos?
Embora não seja absolutamente certo o que os documentos conterão e se conterão informações convincentes, os especialistas que falaram com a Associated Press não acreditam que o conteúdo incluirá novas informações reveladoras. O jornalista de investigação e autor Gerald Posner, autor de um livro bestseller que conclui que Oswald agiu sozinho, disse à AP: “Quem estiver à espera de uma arma fumegante que vai virar este caso de pernas para o ar vai ficar muito desapontado”.
Que documentos foram divulgados até à data?
Foram divulgados milhões de documentos relativos ao assassinato de JFK e podem ser consultados no site dos Arquivos Nacionais. Até agora, os registos divulgados não revelaram nada que altere a história – sugerindo algo diferente da conclusão oficial de que Oswald agiu sozinho – embora tenham fornecido pormenores anteriormente desconhecidos do público. De acordo com a NBC News, algumas das partes editadas mais recentemente revelaram que um agente da CIA leu a correspondência de Oswald um ano antes do assassinato de JFK.
O que é que Robert F. Kennedy Jr. disse sobre o assassinato?
Robert F. Kennedy Jr., a escolha de Trump para Secretário da Saúde e Serviços Humanos, atribuiu a morte do seu tio à Agência Central de Inteligência. Ele também afirmou que há evidências “convincentes”, mas “circunstanciais”, de que a CIA esteve envolvida na morte do seu pai.
Quando é que os documentos sobre o assassinato serão divulgados?
A divulgação dos documentos pode demorar até 60 dias, de acordo com a ordem executiva. No entanto, poderão ser divulgados mais cedo do que isso, uma vez que Trump afirmou na ordem que era do interesse da nação divulgá-los “sem demora”.
(Com Forbes Internacional/Antonio Pequeño IV)
