Turismo: Canadianos estão a boicotar os Estados Unidos. Uma redução de 10% nos turistas pode representar menos dois mil milhões de dólares na economia

Donald Trump não tem facilitado a vida aos seus vizinhos canadianos. Como se não bastasse a imposição de 25% de tarifas aplicadas aos produtos importados do Canadá, o novo presidente dos Estados Unidos da América comentou diversas vezes que gostaria de anexar o território a norte do continente, tornando-o no 51º estado americano. Isto não…
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Os canadianos não estão satisfeitos com a maneira como a nova administração da Casa Branca está a tratar o seu país. Um das formas de retaliação é reduzirem as suas viagens para os Estados Unidos, penalizando a economia norte-americana.
Economia

Donald Trump não tem facilitado a vida aos seus vizinhos canadianos. Como se não bastasse a imposição de 25% de tarifas aplicadas aos produtos importados do Canadá, o novo presidente dos Estados Unidos da América comentou diversas vezes que gostaria de anexar o território a norte do continente, tornando-o no 51º estado americano.

Isto não agradou de forma alguma aos canadianos que estão a responder da forma que conseguem. E uma delas é, segundo o The Wall Street Journal, ficar em casa e reduzir as suas viagens para o país liderado por Trump. Este foi, aliás, um dos apelos feitos por Justin Trudeu, primeiro-ministro do Canadá, desafiando a população a descobrir melhor o interior do seu território.

As estimativas da US Travel Association apontam que uma quebra de 10% nas visitas possam ter um impacto significativo na economia norte-americana, que poderá atingir uma quebra de dois mil milhões de dólares e uma perda de 14 mil postos de trabalho. 

Os canadianos sempre foram os principais turistas no país vizinho, e estão a responder ao repto lançado pelo governo, evitando comprar produtos norte-americanos, e reduzindo as suas viagens além-fronteiras. Segundo os dados divulgados pelo jornal, os canadianos reduziram em 13% os voos para os estados Unidos durante o mês de fevereiro, comparando com os voos do período homólogo de 2024.

Por outro lado, inquéritos realizados à população, pela empresa de sondagens Leger, mostram que quase metade dos canadianos referem ser pouco provável visitarem o país. A motivar esta decisão está também o facto de de o dólar americano ter valorizado e tornar mais caras as viagens dos canadianos.

Muitas empresas norte-americanas dependem do público canadiano, e as estimativas da US Travel Association apontam que uma quebra de 10% nas visitas possam ter um impacto significativo na economia, que poderá atingir uma quebra de dois mil milhões de dólares (cerca de 1,85 mil milhões de euros) e uma perda de 14 mil postos de trabalho.

Viagens para os estados Unidos terão caído cerca de 5% este ano

Porém, esta quebra não se aplica apenas aos turistas canadianos, já que vários outros países emissores estão a desaconselhar viagens para os Estados Unidos. A postura de confronto da administração de Donald Trump está igualmente a afetar outras regiões, como é o caso da Europa.

Segundo as previsões da Tourism Economics, uma empresa da Oxford Economics Company, as viagens internacionais com destino aos EUA terão caído cerca de 5% este ano o que compara com uma estimativa de crescimento cerca de 9%. Assim, esta entidade prevê que as despesas dos turistas estrangeiros sofram uma redução de 18 mil milhões de dólares (cerca de 16,7 mil milhões de euros).

A outra questão que está a pesar na hora de escolher este país como destino, é a questão da segurança. Depois de vários problemas relatados com cidadãos europeus, Alemanha e Reino Unido estão a avisar que problemas com os vistos podem levar à detenção de turistas nos Estados Unidos.

Donald Trump está também considerar proibir viagens de 11 países para os Estados Unidos, uma lista que está a ser elaborada por funcionários diplomáticos.

Depois de ter sido negada a entrada a três cidadãos alemães nos Estados Unidos, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão atualizou os seus conselhos de viagem, alertando para que uma condenação penal, informações falsas ou ultrapassar o prazo de validade do visto pode conduzir à detenção e deportação daquele país.

Além disso, segundo o New York Times, Donald Trump está também considerar proibir viagens de 11 países para os Estados Unidos, uma lista que está a ser elaborada por funcionários diplomáticos. Países como o Afeganistão, Cuba, Irão, Líbia, Coreia do Norte, Síria, Venezuela são alguns do que estão na calha.

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