A mobilidade urbana está a mudar de forma acelerada num processo irreversível. A União Europeia estabeleceu metas muito ambiciosas no que diz respeito à redução de gases poluentes, que passam por diminuir em 55% as emissões até 2030, e várias cidades europeias têm em curso projetos de diminuição da circulação de veículos com motores de combustão.
Os cidadãos e as empresas vão ter que se adaptar rapidamente a estas novas contingências, seja na forma como se movem a nível particular ou profissional. Por outro lado, a pandemia que vivemos desde o último ano, veio acelerar as preferências dos consumidores pelos serviços de entregas ao domicílio.
É neste contexto que Luís Costa Branco e Luís Rato estão a desenvolver a E-WM e a app E-ZZY, um projeto que associa cargo-bikes elétricas e um serviço de entregas que deve ser lançado em meados deste ano.
A E-WM está a ser desenvolvida, pela VERSOMOVE, na fábrica no Cartaxo, em duas configurações (duas e três rodas) e com a caixa de carga em posição frontal. Transportar bagagem, pessoas e carga são as prioridades destas cargo-bikes que contarão com unidades motrizes com 2,5 KW de potência máxima.
Segundo explica Luís Costa Branco, um dos mentores do projeto, vai ser criada uma frota própria para a app E-ZZY, mas a plataforma está aberta a quem já tenha um veículo não poluente e se queira juntar. “O raciocínio aplica-se a bikes eléctricas, convencionais, trotinetes, motos elétricas ou automóveis elétricos”, especifica. O elemento distintivo da app passa por aceitar apenas veículos não poluentes, indo ao encontro das preocupações atuais do mercado, no que respeita a clientes como operadores de logística.
O projeto, previsto para o segundo trimestre de 2021, é dirigido ao mercado particular e empresarial, com objetivo de responder às necessidades de mobilidade das pessoas e das empresas que pretendem ter um meio de locomoção com menos peso económico no orçamento, mas também menor impacto ambiental. “Um dos objetivos deste projeto é responder à crescente procura nacional por este tipo de veículos, diminuindo o atual tempo de espera por unidades semelhantes que são importadas, mas também garantir uma assistência pós-venda com uma resposta eficaz na rapidez e qualidade de serviço prestado”, concluiu.
Portugal com 10% da produção da Europa
As cargo-bikes, nomeadamente as elétricas, são uma solução compatível com os mais variados interesses, desde ecológicos, económicos, de gestão eficiente das cidades aos dos recursos das empresas.
De acordo com as previsões da Confederation of the European Bycicle Industry (CONEBI), até 2030, as vendas devem ultrapassar as 30 milhões de unidades na Europa, sendo metade desse valor composto por bicicletas elétricas. Em 2019, Portugal – com 10% da produção a nível europeu – exportou 400 milhões de euros em bicicletas.
Já o mercado norte-americano das cargo-bikes foi avaliado, no final de 2018, em 402 milhões de dólares e as estimativas apontam para que ultrapasse os mil milhões de dólares em 2026. No entanto, os custos da last mile têm ainda um peso considerável na competitividade destes serviços.
